De Tudo Um Pouco - Devaneios da Gih #23

Entrevista com Enderson Rafael autor de “Todas as Estrelas do Céu”

Oi gente! 

Olha eu aqui para postar novamente a entrevista show que fiz com o simpaticíssimo Enderson Rafael, autor do livro “Todas as Estrelas do Céu”, um romance muito elogiado e que está ganhando cada vez mais destaque!


Sinopse: Podem dois irmãos adotivos se apaixonarem um pelo outro?

Caroline e Leandro são dois adolescentes de uma bem resolvida família de classe média, ele adotado, ela filha biológica do casal Marco e Lúcia. Diante dos conflitos da adolescência, do colégio, do vestibular, ambos se vêem diante de mais um dilema: um amor impossível e todas as consequências da busca pela felicidade ao lado da pessoa amada. O desafio dos dois em entenderem o que passa consigo mesmo, em enfrentar os pais, a sociedade e sua própria consciência é exposta neste romance honesto, ágil e de final surpreendente.

"Todas as estrelas do céu". Uma obra polêmica e doce ao mesmo tempo, com um tema inusitado, falado de igual para igual com os jovens ou mesmo para quem já passou da adolescência.

Ainda não tive a oportunidade de ler o livro (apesar de estar louca atrás dele), mas li inúmeras resenhas e senti que é um livro apaixonante. Um assunto que é considerado polêmico pela sociedade tratado de um jeito doce e cativante, capaz de nos tocar profundamente!

No embalo do sucesso de “Todas as Estrelas do Céu” Enderson Rafael nos proporciona mais uma excelente leitura, dessa vez com “Três Céus”, mais um romance lindo que nos transporta para outra realidade!


Sinopse: "Três Céus", um romance nas alturas! O jovem comissário de voo Lucas Luchesi está de mal com a empresa e em busca do amor da sua vida. Já Patrícia Milano é a típica garota do interior que vê sua chance de ganhar o mundo tornando-se aeromoça na cidade grande. As preocupações do comandante Fernando Villas são bem outras: salvar seu casamento. Levando suas vidas a novecentos quilômetros por hora e doze mil metros do chão, estes três personagens se descobrirão numa rotina que só os aviões podem proporcionar, sem saber que seus destinos convergem para um encontro de tirar o fôlego!

E vocês acham que para por aqui? Não mesmo! Ele já está com um projeto novo em desenvolvimento, o novo livro se chamará “Alba” e tenho certeza que será surpreendente!

Mas vamos ver como foi meu bate-papo com o Enderson:

Enquanto leitor, qual é seu gênero literário favorito?
Embora eu prefira escrever ficção, meu gênero literário predileto para ler é não ficção: História, Biologia, Geografia, Astronomia. Tudo me interessa, sou bem eclético. Mas isto não impede que eu leia muitos romances encantadores, claro: aprendo muito com meus colegas!

Gosta de algum autor em especial?
Carl Sagan em não-ficção, insuperável. Na ficção, gosto muito de John Green. Dentre os brasileiros, fico com Amyr Klink na não-fição e Chico Buarque na ficção. Meus colegas Novas Letras merecem destaque: o humor de Fernanda França e Leila Rego, a contundência de Tammy Luciano e a didática natural de Paty Barboza. Mas tem tanta gente boa que chega a ser injusto citar alguns! Sou fã de carteirinha da Paula Pimenta, por exemplo.

Você sempre pensou em ser escritor?
 Dos 17 anos em diante, acho. Mesmo assim, nunca vi a escrita – pelo menos a literária – como carreira. Formei-me como redator publicitário e depois me tornei comissário de voo, uma dívida que eu tinha com essa grande paixão na minha vida que é a aviação. Só de uns quatro anos pra cá eu realmente resolvi investir nessa carreira que, de uma maneira ou de outra, eu sempre tive.

Qual foi a sensação quando teve o seu primeiro livro publicado?
 A publicação de “Propaganda e Marketing para vestibulandos, calouros, curiosos e simpatizantes” foi meio acidental, tardia, inesperada. Em um mês eu não tinha nada, no mês seguinte eu saí de uma reunião com a minha faculdade onde metade da primeira edição foi vendida. O apoio da ESPM foi fundamental para eu começar a voltar para a escrita após 3 anos parado. Quando vi o livro pronto, foi uma emoção enorme, é algo que você sente que é seu ingresso para a eternidade: depois que eu me for, minha voz vai ficar “tocando” dentro das cabeças de quem estiver lendo o que eu escrevi. Isso é incrível!

O que te impulsionou a escrever o livro "Todas as estrelas do Céu"? Se baseou em algo que conhecia ou a ideia simplesmente surgiu?
 Eu queria muito um tema relevante para meu primeiro livro, mas eu era um menino de 18 anos, quase 19. Não conhecia quase nada do mundo, e tinha só meu passado e meu presente como base. Então, me surgiu esse questionamento: se eu, que sou adotado, tivesse uma irmã com tudo que eu buscasse numa menina, o que me impediria de me apaixonar por ela? E então, baseado no universo que eu conhecia, de colégio, de vestibular, de Floripa e Teresópolis, nasceu o “Todas”, numa fórmula que deu muito certo e da qual me orgulho muito.

Quando você escreveu esse livro tinha um público alvo?
 Eu não era tão “mal intencionado” quanto sou hoje. Imagina, com 19 anos, primeiro livro de alguém que só tinha escrito redações pro colégio, eu não tinha muito ideia do que esperar e pra quem direcionar. Era 1999, não havia Harry Potter, Crepúsculo, nada disso. Nem lembro do que se lia naquela época além dos clássicos na faixa etária que eu tinha. Então escrevi algo natural, pras pessoas que viviam o que eu viva, meio baseado no público das séries de tv americana que começavam a pegar aqui com a popularização da tv a cabo. Acabei acertando sem querer, mas num público que ainda não existia. O livro só foi dar certo e ser publicado, na era do twitter, uma década depois. E o tema, que envolve adoção, o dilema dos pais e tal, acabou sendo relevante até pra gente bem mais velha, e foi adotado já por dois colégios do RJ e SP.

O que achou da resposta dos leitores à sua obra?
 A gente sempre espera, mas nunca está preparado para o que recebe! O carinho deles é a melhor coisa de tudo, a curiosidade por ler outras coisas que você escreveu, meio que pra atestar se aquele livro que os conquistou não foi pura sorte. As pessoas percebem coisas que eu não percebia na obra, coisas que fiz naturalmente, e que hoje eu vejo o quanto eram importantes. Mas das coisas maravilhosas que ouvi depois de alguns milhares de leitores é “antes de ler o ‘Todas as estrelas do céu’ eu só lia autores estrangeiros, mas agora estou curioso para ler todos os nacionais!” Isso é incrível, saber que você está ajudando a mudar a mentalidade das pessoas, mostrando a elas que temos ótima literatura contemporânea no Brasil. Estamos precisando dessa revolução.

Entre "Todas as Estrelas do Céu" e "Propaganda e Marketing para vestibulandos, calouros, curiosos e simpatizantes", qual foi mais fácil de escrever? Por quê?
 Acho que, apesar da experiência que ganhei depois, o “Todas” foi mais fácil. O tipo de pesquisa que um livro de ficção requer é em geral, bem mais prazerosa do que o tipo de pesquisa que um livro de não-ficção precisa. Escrever ensaios sobre qualquer tema, em especial os interessantes e polêmicos, é muito cansativo, pois você precisa se certificar de que tudo que está escrevendo tem uma fonte segura e é exatamente aquilo que você quer dizer. Já na ficção, você usa a realidade como pano de fundo, como base, mas o importante é o enredo, são os sentimentos, e sim, os cenários, que são sempre uma delícia de pesquisar! Afinal, viajar é uma delícia!

"Três Céus" é um romance que conta a história de 3 pessoas, todas ligadas ao mundo da aviação, os personagens tem alguma semelhança com pessoas que você conheceu durante seu trabalho como comissário?
Com certeza! O mais difícil no “Três Céus” foi justamente descolar o primeiro protagonista, o Lucas, da minha vida. E quando isso aconteceu, o livro deslanchou.

O que pode dizer para os leitores sobre esse livro que, esperamos, logo seja publicado?
 Ele mostra os amores e desamores de três pessoas muito diferentes, em fases completamente distintas da vida e da carreira. O que as conecta é o universo da aviação, os três são tripulantes. Dois comissários e um piloto. E esse é um assunto que mexe com o imaginário de todo mundo, e não sai da mídia nunca. Neste livro, ele é tratado de dentro, honestamente, com doses altíssimas de verossimilhança e realidade. Os três protagonistas mais os personagens à sua volta dividem dezenas de cenários espetaculares, além de muitas horas de voo, que culminam num suspense incrível. Pra quem leu o “Todas” e ficou tenso com as últimas páginas, o “Três Céus” trará muito, mas muito mais suspense, por muito mais tempo. É um livro bem mais maduro, com muito do que aprendi em dez anos de literatura e 4mil horas de voo.

E quanto a "Alba"? O que pode nos adiantar sobre essa obra que está em fase de desenvolvimento?
O “Alba” ainda está muito no começo, e tem tanta coisa pra acontecer que eu mesmo me surpreendo às vezes. Estou indo pra segunda parte dele em breve, de um total de pelo menos quatro. Eu sei o final como vai ser, e mal posso esperar para escrevê-lo. Para vocês, posso adiantar que é um livro muito intimista, será meu primeiro romance narrado em  primeira pessoa, e os sentimentos de Fred, o protagonista, são o filtro pelo qual veremos a história. É um livro que fala de amor, perda e redenção. E o cenário? Bom, o Fred é brasileiro, mas o livro vai se passar na Escócia!

Tem algum recado para os leitores?
 Deixo aqui meu convite para que experimentem ler alguns dos autores nacionais mais falados da blogsfera literária, vocês vão se surpreender com os cenários familiares, que vocês conhecem ou podem visitar facilmente, as tramas deliciosas e belas histórias escritas por autores que estão bem próximos de vocês. Inclusive, convido a todos para conhecerem o projeto do qual faço parte, o Novas Letras. Quem quiser nos levar para suas cidades, é só se organizar e entrar em contato com nossa assessoria no site http://portalnovasletras.com.br que faremos um ótimo bate-papo interativo com vocês, na escola de vocês, no centro cultural da cidade de vocês. Acho que o grande trunfo da literatura nacional é a proximidade de leitores e escritores, então tiremos proveito disso! Um grande beijo e obrigado pela entrevista!

Na verdade sou eu que tenho que agradecer por sua gentileza em me ceder a entrevista. Adorei poder conhecê-lo um pouco e entrar em contato com suas obras. Muito sucesso para você e espero ouvir falar muito sobre seus livros por aí!


Na foto: ele em frente ao Carlton Hill, na capital escocesa, Edimburgo: um dos cenários-chave do romance, "Alba".

Beijos da Gih...
Até a próxima!!!

5 comentários

Mi disse...

Sou maluquinha pra ler esses dois livros do Ende! :D
Adorei a postagem!

:*
Mi
Inteiramente Diva

Anônimo disse...

Amei a entrevista!
Não conhecia esse autor.Na verdade, não conheço muitos autores nacionais recentes.
Fiquei LOUCA para ler o "Todas as estrelas do céu".
bjs

http://coisasdatatah.blogspot.com/

devorador de letras disse...

Boa noite,
Parabéns pela entrevista, os livro me deixaram bastante curioso, é bom conhecer novos autores.
Abçs.

Angela Graziela disse...

Eu tenho muita vontade de ler os livros do Enderson
Mas nunca tive oportunidade

Seguindo aqui ;)

Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com

Nil Macedo disse...

Excelente entrevista. Parabens!
Quero tanto ler esses dois livros.
Adorei!

bjs.

http://booksandmuchmore.blogspot.com

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