O despertar do príncipe - Colleen Houck

Título original: Reawakened
Autora: Colleen Houck
Editora: Arqueiro
Série: Deuses do Egito - livro 1
Páginas: 384

– Hakenew, Lily. – Isso quer dizer “obrigado”, não é? – Quer dizer mais do que um simples obrigado. Expressa um profundo sentimento de gratidão por outra pessoa. É um agradecimento pelo calor e pelo conforto duradouros que sente na companhia de alguém especial. Não estou agradecendo a você, Lily. Estou agradecendo por você.

Neste livro, conhecemos a jovem Liliana Young. Uma menina riquinha e mimada, completamente controlada pelos pais. Eles escolhem seus amigos, os lugares que ela pode frequentar e, claro, também já escolheram a universidade e o curso que ela fará. Ela os obedece cegamente e, em troca, ganha todo tipo de mimos caros que deseja, como um cartão de crédito só para ela, por exemplo, com o qual pode comprar o que quiser.
Enfim, um dos lugares preferidos de Liliana em Nova York, que é onde ela mora, é o MET (Museu Metropolitano de Arte). Lá ela passa horas e horas pensando e refletindo sobre a vida.
Numa dessas visitas, Liliana acaba se retirando para uma área temporariamente fechada a visitas, que é a sessão egípcia, que está em reforma.
Enquanto rabiscava em seu caderno e tentava colocar os pensamentos em ordem, ela começa a ouvir estranhos ruídos e, ao sair para investigar, acaba se deparando com uma figura muito, muito incomum: um homem careca, descalço, vestindo apenas um saiote branco de pregas, que falava numa língua que ela não conhecia. No entanto, nada disso era muito importante, diante do fato de que ele era deslumbrantemente lindo. Um deus. Literalmente.
O misterioso rapaz é Amon, um príncipe egípcio cujo destino é acordar a cada mil anos para unir-se a seus outros dois irmãos e lutar contra Seth, o Obscuro, para evitar que sua escuridão domine o mundo. Concluindo, Amon é um deus que virou múmia e dormiu por mil anos, acordando agora e deixando de ser múmia para ser deus novamente por um breve período de tempo, sacam?
O problema é que ele necessita de seus vasos canópicos que, por algum motivo, não estão lá ao lado de seu sarcófago. "Mas San, o que são vasos canópicos?", é o que você, caro leitor, irá me perguntar. Não se preocupe, eu conto. É isso aqui:
Nesses vasos são guardados os órgãos das múmias depois que elas são postas no sarcófagos. Sim, minha gente, os órgãos. Aquilo tudo que temos dentro de nós.
Enfim, explicação terminada, voltemos à história.
Então, assim que desperta, Amon precisa urgentemente de seus vasos canópicos, para que possa recuperar seus órgãos e, junto com eles, sua energia vital. No entanto, seus vasos não estavam lá e ele não fazia ideia de onde foram parar. Assim, ele faz um encantamento bem bacana, sem consultar a Liliana, é claro, e torna-se ligado a ela. Dessa forma, ele usa parte de sua energia vital e vai usando os órgãos dela por tabela. 
A princípio Liliana surta é claro, e acha que ficou louca. Mas depois de algum tempo, quando o deus-múmia-recém-acordada lhe explica toda a sua situação, ela entende e aí tudo fica numa boa.
Amon agora precisa ir para o Egito para reencontrar e acordar seus irmãos, e, claro, também encontrar seus vasos. Para isso, ele conta com a ajuda de Liliana. Então ambos embarcam num avião a caminho do Egito para viverem as mais diversas aventuras. Pirâmides, armadilhas dentro de tumbas, paredes que se fecham e um exército de mortos são os ingredientes deste primeiro livro da série de Colleen Houck.

Tenho que dizer que Colleen Houck me ganhou de corpo e alma com a série A Maldição do Tigre, com todas aquelas lendas, um generoso banho de cultura e a abordagem a vários tipos de mitologia. Fiquei completamente encantada com a escrita e essa série tornou-se uma das favoritas no meu coração.
Quando vi que uma nova série dela estava para ser lançada, fiquei super feliz! Assim que recebi o livro eu já comecei a ler. No entanto, confesso que, diferente dos livros de A Maldição do Tigre, este aqui me frustrou um pouco. 
A protagonista é uma riquinha cheia de manias e acostumada a ter tudo o que quer. No começo do livro, é mencionado várias vezes que os pais dela são super controladores, mas a menina foge para o Egito sem sequer deixar um bilhete, passa vários dias lá e não recebe nenhum telefonema dos pais, querendo saber onde ela está. E ela também nem se importa em ligar. Aliás, depois que ela e Amon vão para o Egito, os pais desaparecem da história. Achei uma falha bem grande nessa parte.
No decorrer da história temos algumas armadilhas no estilo do filme "A Múmia" e um desfecho seguindo a mesma linha. Há a menção de personagens mitológicos, mas não é muita coisa. O foco mesmo fica em Liliana, porque, embora a missão de Amon seja salvar o mundo da escuridão, ele está mais preocupado em proteger uma menina que ele mesmo escolheu para servi-lo. 
O livro é legal, mas minhas expectativas eram bem maiores. Reparem que não estou dizendo que o livro é ruim. Já li várias resenhas dizendo maravilhas sobre a história. Muita gente amou o livro.
No entanto, pra mim ele não foi o que eu esperava. 
Mas os fãs de uma boa história repleta de aventuras e personagens mitológicos certamente vão gostar bastante.



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