Silêncio - Richelle Mead

Título original: Soundless
Autora: Richelle Mead
Editora: Galera Record
Gênero: YA/Fantasia
Páginas: 280



"Morte. Fome. Cegueira. Outro dia sombrio em nosso povoado."



No topo de uma montanha muito alta no vale de Betguo, existe um povoado que, há muitas gerações, perdeu a audição e se comunica através de sinais e ilustrações. Como eles moram muito no alto, não têm como descer a montanha atrás de alimentos, pois a descida é muito perigosa, já que avalanches acontecem o tempo todo. Assim, eles trocam o metal retirado de suas minas por comida. Através de um sistema de cabos, enviam o metal para o pé da montanha e, em troca, recebem os alimentos para dividir entre o povo.

Nesse povoado há uma hierarquia que separa as pessoas por sua profissão, por assim dizer. Os mineradores são os que mais sofrem, pois têm o trabalho mais pesado – e o mais menosprezado também – e mais perigoso. Trabalham duro na retirada de metais das minas, ficam doentes por causa do contato com esses metais, se machucam, mas são obrigados a fazer esse serviço, ou ficam sem comer.

Os agricultores trabalham com o pouco de coisas que conseguem plantar lá no alto, para ajudar na alimentação do povo, mas muito pouco se fala sobre eles no livro.

E, por fim, temos os aprendizes, que são os mais respeitados. São aqueles que têm o dom de desenhar e pintar. Essa classe é a mais importante, pois são eles que contam às pessoas do povoado o que vem acontecendo. Eles passam o dia observando as atividades do povoado e, no fim da tarde, vão para o ateliê e começam a pintar tudo o que observaram, para expor na manhã do dia seguinte aos habitantes do lugar. É assim que todos ficam sabendo sobre o que acontece ali, através das pinturas dos aprendizes.
Mas, além da surdez, há um outro problema que vem assolando o povo. Gradativamente, algumas pessoas vêm perdendo a visão e todos os dias novas pessoas começam a perceber o problema em si mesmas, principalmente os mineradores. Por causa disso, não estão conseguindo trabalhar como antes e, como resultado, não estão extraindo metal suficiente para trocar por alimentos, o que faz com que cada carregamento de alimentos seja cada vez mais escasso e que as pessoas comecem a passar fome.
É neste cenário que conhecemos Fei e sua irmã. Ambas perderam os pais e não tinham mais ninguém por si. Por causa da habilidade que têm em pintar, foram escolhidas para serem aprendizes, o que as salvou da fome e da miséria. No entanto, Fei, apesar de ser a irmã mais nova, é a que tem o traço mais firme e mais bonito de todos os aprendizes, o que faz com que seja muito admirada e protegida pelos mestres.

Mas apesar de se encontrar numa posição confortável, Fei traz dentro de si uma tristeza: a saudade de Li Wei, o rapaz de quem ela gostava e de quem foi obrigada a se separar e cortar relações, já que ele era minerador e ela foi embora para ser aprendiz. Não há casamentos entre classes diferentes em seu povo. Isso fez com que Li Wei se sentisse desprezado e o deixou muito magoado. Agora eles nem se falam mais, apesar de verem todos os dias.

No entanto, isso logo mudará. Quando a irmã de Fei começa a perder a visão, ela fica desesperada, pois sabe que quando um aprendiz não serve mais para sua função, é enviado para trabalhar nas minas. Fei sabe que os mineradores estão passando fome e que sua irmã não duraria muito naquele lugar. Ao mesmo tempo, Li Wei perde o pai – que já estava cego – nas minas e se revolta com a injustiça que seu povo – e principalmente os mineradores – vêm sofrendo e resolve fazer algo a esse respeito.

A aventura começa quando ele e Fei decidem fugir e procurar ajuda no povoado ao pé da montanha. Eles querem conversar com o guardião dos cabos e explicar a situação das pessoas lá em cima, pedindo ajuda.

Porém, ao chegarem à nova aldeia, eles se deparam com algo que jamais imaginaram e descobrem a verdade sobre as aldeias de Betguo.
 

Quando eu li a sinopse do livro, logo me interessei, pois a premissa era sobre um povo oriental, bem diferente do que estamos acostumados a ler. E, pra melhorar, o livro trazia consigo o milagre de ser único, sem ser série, nem trilogia, nem nada, o que me deixou muito satisfeita. Só que, mais uma vez, minhas expectativas foram altas demais.
Sim, a premissa é interessante, mas a história não conseguiu essa proeza. Eu tive alguns problemas com Fei, mas entendo que sua personalidade é fruto do ambiente em que ela vive e do estilo de vida que tem. Ela é ingênua e até um pouco ignorante no começo, mas acaba amadurecendo um pouco depois que volta a conviver com Li Wei que, por sua vez, é um rapaz inteligente, forte e determinado, que não se deixa enganar por nada e sabe que a vida não é o mar de rosas que os aprendizes pintam.
A introdução se arrasta, mas depois da fuga dos dois, as coisas ficam realmente interessantes e ali eu consigo me prender. E aí você vê o fim do livro chegando e eles ali no povoado. De repente a narrativa começa a ficar corrida, uma lenda/profecia é contada, a verdade é revelada e tudo se resolve. Simples assim. SIM-PLES ASSIM. A autora enrola o livro todo pra resolver a trama e no fim simplesmente joga ali uma lenda que explica e resolve tudo e pronto. Fim. Cabô

Eu não li todos os livros de Richelle Mead, li apenas o primeiro livro da série Vampire Academy – e adorei! – e ainda pretendo ler os outros. Lembro do quanto eu gostei da escrita e da história, por isso achava que, mesmo não tendo terminado a série, eu gostaria desse livro novo dela. Bem, me enganei.

Infelizmente esse livro não me convenceu. No entanto, a nota dele no Skoob está bem alta e tem bastante gente que está gostando muito e até classificando como favorito. Ele só não brilhou pra mim, rs. 

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