O Silmarillion - J. R. R. Tolkien

Título original: The Silmarillion
Autor: J. R. R. Tolkien
Editora: WMF Martins Fontes
Páginas: 460

"E dizem os eldar que na água ainda existe o eco da Música dos Anuir mais do que em qualquer outra substância na Terra; e muitos dos Filhos de Ilúvatar escutam, ainda insaciados, as vozes do Oceano, sem contudo saber porque o fazem."


Este livro de Tolkien não foi terminado enquanto ele era vivo, mas, sim, 4 anos após a sua morte, por seu filho, Christopher Tolkien, e publicado pela primeira vez pela Harper Collins, em 1992.

Tolkien começou seus trabalhos sobre a Terra Média em 1917 e assim continuou até sua morte em 1973. A edição brochura tem 480 páginas.

O Silmarillion nos traz a origem da Terra Média, que é o cenário de O Hobbit e de O Senhor dos Anéis. É um conto dos Dias Antigos, quando Morgoth, o primeiro senhor da escuridão, lá se refugiou e permaneceu reinando em maldade até que os altos-elfos o venceram na última batalha para reaverem as Silmarils, joias que continham a pura luz de Valinor.  

Tolkien criou uma mitologia muito convincente neste livro. As muitas referências contidas em O Senhor dos Anéis aos Dias Antigos são explicadas aqui. Lembrando, é claro, que não devemos isso apenas a Tolkien, mas também a seu filho, que foi quem juntou todos os escritos do pai referentes aos Dias Antigos e colocou-os num livro só, sob o título de O Silmarillion.

A leitura não é fácil, mas vale muito a pena! A escrita é bem diferente da usada em O Hobbit e em O Senhor dos Anéis, estas últimas sendo mais como um livro de histórias mesmo.

A beleza lugares descritos é magnífica e os relatos são repletos de lindas histórias sobre vários personagens e suas linhagens, sendo a história de Beren e Luthien a mais linda de todas.

A Terra-Média tem sua própria história, onde transparece o amor de Tolkien pelas mitologias grega, romana e nórdica. Há amor, traição, amizade e poder no livro, e aos personagens que aparecem em O Hobbit e em O Senhor dos Anéis é dada uma história que nos faz querer ler esses livros novamente – para quem, assim como eu, já os leu – sob uma nova perspectiva, muito mais rica.

Por isso eu digo que a leitura deste livro será mais proveitosa ser feita depois da leitura desses outros dois livros. A criação da Tera-Média e a história dos Elfos, Orcs, Sauron, Gandalf e outros é muito bem explicada.

O Silmarillion exibe a profundidade e o brilhantismo da imaginação de Tolkien, trazendo ainda a árvore genealógica das famílias dos personagens e um glossário ensinando a pronúncia e o significado dos nomes que aparecem ao longo da narrativa.

A grandeza de Tolkien se revela a cada página que viramos, e isso não é exagero. Ele mudou o conceito de Fantasia para sempre quando escreveu O Senhor dos Anéis. Seus leitores – eu, inclusive – começaram a esperar o mesmo nível nas criações de outros autores, coisa na qual pouquíssimos tiveram sucesso e muitos falharam.

Uma coisa que ficou muito clara pra mim é a analogia ao Gênesis no livro, principalmente nos primeiros capítulos, onde Ilúvatar é, inegavelmente, o Deus cristão, o que eu achei fantástico.

Concluindo, se você que lê este post ainda não leu nenhuma das obras de Tolkien, leia primeiro O Hobbit e depois O Senhor dos Anéis. (E aqui eu abro um parêntesis para confessar que eu não gostei muito do livro O Hobbit – que é uma história infantil que Tolkien escreveu para seus filhos. Achei um livro “Ok” e, se querem saber, gostei muito mais dos filmes, que, aliás, trazem muitos trechos de O Silmarillion em suas cenas).

Se depois de ler esses dois livros, você se encontrar totalmente cativado – como acontece com quase todos os leitores - , aí então você poderá ler O Silmarillion, pois ele lhe dará informações extra e responder suas perguntas formuladas durante a leitura dos livros anteriores, tais como “Quem é Gandalf?”; “Quem é Sauron?”; “De onde vieram os Orcs e para onde estão indo os Elfos?”; “Qual a origem de Aragorn, filho de Arathorn, e o mais maravilhoso dos personagens?”tá, esta última pergunta pode ser só minha.

Enfim, se joguem na leitura das obras de Tolkien sem medo e mudem para sempre a sua visão de Fantasia, deixando de se contentar com a fantasia rasa que encontramos por aí aos montes atualmente.





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