Como foram de Black Friday, compraram muitos livros? Eu tenho que confessar que comprei vários, inclusive, outras edições de um mesmo livro. Sim, sou dessas... rsrs. E era nesse ponto que eu queria chegar. Eu já tinha a trilogia de O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, mas acabei comprando novamente, numa edição nova que eu queria há muito tempo. E como meu verbo regente ultimamente tem sido o desapegar, resolvi sortear aqui no blog a edição que eu já tinha. Não vou mentir, os livros já foram lidos por mim, mas apenas uma vez, e como eu cuido muito bem deles, estão novíssimos e em perfeito estado. Caso contrário, eu não sortearia, é lógico.
Junto com a a trilogia de O Senhor dos Anéis, coloquei junto uma edição de O Hobbit com a capa do filme, esta, sim, novinha e ainda no plástico. Então, se você ainda não tem esses livros e gostaria de participar do sorteio, saiba que são estas belezinhas aqui que você pode receber em casa:
Mas não é só isso!
Tenho um segundo kit de livros para sortear, então agora vocês sabem que serão dois ganhadores neste sorteio.
O segundo kit é formado pelos livros Criaturas e criadores, de Raphael Draccon e Carolina Munhoz, e O maravilhoso bistrô francês, de Nina George. Ambos os livros são novinhos, acabaram de chegar da editora.
Junto com os kits, também enviarei alguns marcadores para os ganhadores.
Então, recapitulando: Serão 2 kits e 2 ganhadores neste sorteio. O kit número 1 é formado pelos 3 livros da trilogia O Senhor dos anéis + O Hobbit.
O kit número 2 contém os livros Criaturas e criadores e O maravilhoso bistrô francês.
Vamos às regras:
1)Ser seguidor do O Blog da San (clique em PARTICIPAR DESTE SITE ao lado direito da página). É necessário ter uma conta de e-mail no Gmail para participar. Todo mundo tem. :)
2) Ter um endereço de entrega no Brasil.
ATENÇÃO: É obrigatório seguir o blog. Depois de preencher esse item no Rafflecopter, as demais opções são liberadas.
Você pode fazer o login com sua conta do Facebook ou preencher com seu nome e e-mail clicando em "use your name and e-mail".
Depois clique nos BOTÕES DO IT de cada opção para validar sua participação. Vocês podem se inscrever para ambos os kits, sem problema nenhum.
"E dizem os eldar que na água ainda existe o eco da Música dos Anuir mais do que em qualquer outra substância na Terra; e muitos dos Filhos de Ilúvatar escutam, ainda insaciados, as vozes do Oceano, sem contudo saber porque o fazem."
Este livro de Tolkien
não foi terminado enquanto ele era vivo, mas, sim, 4 anos após a sua morte, por
seu filho, Christopher Tolkien, e publicado pela primeira vez pela Harper
Collins, em 1992.
Tolkien começou seus
trabalhos sobre a Terra Média em 1917 e assim continuou até sua morte em 1973.
A edição brochura tem 480 páginas.
O Silmarillion nos
traz a origem da Terra Média, que é o cenário de O Hobbit e de O Senhor dos
Anéis. É um conto dos Dias Antigos, quando Morgoth, o primeiro senhor da
escuridão, lá se refugiou e permaneceu reinando em maldade até que os
altos-elfos o venceram na última batalha para reaverem as Silmarils, joias que
continham a pura luz de Valinor.
Tolkien criou uma
mitologia muito convincente neste livro. As muitas referências contidas em O
Senhor dos Anéis aos Dias Antigos são explicadas aqui. Lembrando, é claro, que
não devemos isso apenas a Tolkien, mas também a seu filho, que foi quem juntou
todos os escritos do pai referentes aos Dias Antigos e colocou-os num livro só,
sob o título de O Silmarillion.
A leitura não é
fácil, mas vale muito a pena! A escrita é bem diferente da usada em O Hobbit e
em O Senhor dos Anéis, estas últimas sendo mais como um livro de histórias
mesmo.
A beleza lugares
descritos é magnífica e os relatos são repletos de lindas histórias sobre
vários personagens e suas linhagens, sendo a história de Beren e Luthien a mais
linda de todas.
A Terra-Média tem sua
própria história, onde transparece o amor de Tolkien pelas mitologias grega,
romana e nórdica. Há amor, traição, amizade e poder no livro, e aos personagens
que aparecem em O Hobbit e em O Senhor dos Anéis é dada uma história que nos
faz querer ler esses livros novamente – para quem, assim como eu, já os leu –
sob uma nova perspectiva, muito mais rica.
Por isso eu digo que
a leitura deste livro será mais proveitosa ser feita depois da leitura desses
outros dois livros. A criação da Tera-Média e a história dos Elfos, Orcs,
Sauron, Gandalf e outros é muito bem explicada.
O Silmarillion exibe
a profundidade e o brilhantismo da imaginação de Tolkien, trazendo ainda a
árvore genealógica das famílias dos personagens e um glossário ensinando a
pronúncia e o significado dos nomes que aparecem ao longo da narrativa.
A grandeza de Tolkien
se revela a cada página que viramos, e isso não é exagero. Ele mudou o conceito
de Fantasia para sempre quando escreveu O Senhor dos Anéis. Seus leitores – eu,
inclusive – começaram a esperar o mesmo nível nas criações de outros autores,
coisa na qual pouquíssimos tiveram sucesso e muitos falharam.
Uma coisa que ficou
muito clara pra mim é a analogia ao Gênesis no livro, principalmente nos
primeiros capítulos, onde Ilúvatar é, inegavelmente, o Deus cristão, o que eu
achei fantástico.
Concluindo, se você
que lê este post ainda não leu nenhuma das obras de Tolkien, leia primeiro O
Hobbit e depois O Senhor dos Anéis.(E aqui eu abro um parêntesis para
confessar que eu não gostei muito do livro O Hobbit – que é uma história
infantil que Tolkien escreveu para seus filhos. Achei um livro “Ok” e, se
querem saber, gostei muito mais dos filmes, que, aliás, trazem muitos trechos
de O Silmarillion em suas cenas).
Se depois de ler
esses dois livros, você se encontrar totalmente cativado – como acontece com
quase todos os leitores - , aí então você poderá ler O Silmarillion, pois ele
lhe dará informações extra e responder suas perguntas formuladas durante a
leitura dos livros anteriores, tais como “Quem é Gandalf?”; “Quem é Sauron?”; “De
onde vieram os Orcs e para onde estão indo os Elfos?”; “Qual a origem de
Aragorn, filho de Arathorn, e o mais maravilhoso dos personagens?” – tá, esta
última pergunta pode ser só minha.
Enfim, se joguem na
leitura das obras de Tolkien sem medo e mudem para sempre a sua visão de
Fantasia, deixando de se contentar com a fantasia rasa que encontramos por aí
aos montes atualmente.
De acordo com o blog italiano Inoltre, do escritor Saverio Simonelli, Papa Francisco já leu as obras de Tolkien e as recomenda a todos como uma boa literatura contemporânea.
Quando ainda era cardeal, Francisco leu os livros de J.R.R.Tolkien e utilizou as obras em seus sermões. Dentre eles, destaca-se o sermão realizado na homilia de uma missa de páscoa em 2008:
“Na literatura contemporânea, Tolkien retrata em Bilbo e Frodo a imagem do homem que é chamado a caminhar e seus heróis conhecer e aplicar, apenas andando, o drama da escolha “entre o bem e o mal”. Mas é uma luta, acrescenta ele, em que não falta a dimensão do “conforto e da esperança” . “O homem no caminho – explica – tem dentro de si a dimensão da esperança: aprofunda-se na esperança. Em toda a mitologia e nessa história ressoa o eco do fato de que o homem é um ser ainda cansado, mas é chamado ao caminho, e se não entrar nesta dimensão desaparece como pessoa e se corrompe”.
Desse ensinamento de Francisco, percebe-se que ele falava sobre os momentos de aflição de Bilbo e Frodo diante da tentação pelo uso do Um anel, ressaltando que é necessário manter a esperança e lembrar-se dos momentos de conforto. Esse é justamente um dos pontos chaves de O Senhor dos Anéis na viagem de Frodo, que, quando em momentos difíceis, lembrava-se do Condado e isso lhe dava esperanças para continuar a caminhada a até a Montanha e destruir o anel. (Fonte:Tolkien Brasil) Além de carismático, centrado e humilde, nosso querido Papa demonstra ter um excelente gosto literário. :)
Eu li isso no site da revista Superinteressante alguns dias atrás e simplesmente tive que dividir com vocês!
Não é novidade pra ninguém aqui o quanto eu amo O Senhor dos Anéis. Então imaginem o autor recitando um poema na língua dos elfos! Just Awesome! Espero que aproveitem a matéria, porque eu adorei!
Se você conhece minimamente a obra de J. R. R. Tolkien, o que eu acho muito provável, já deve ter ouvido falar que o cara inventou idiomas inteiros para cada criatura fantástica presente na Terra Média. Uma dessas línguas, possivelmente a mais famosa, é o Quenya, um dos idiomas élficos.
Quando Tolkien criou o vocabulário, alfabeto e tudo mais para que os elfos da história pudessem conversar, ele aproveitou para escrever algumas obras literárias em élfico. Afinal, por que desperdiçar um idioma inteiro só com diálogos, né?
Uma dessas peças literárias é o poema “Namárië” (Adeus), também conhecido como “O Lamento de Galadriel”. O poema é o maior texto escrito nessa língua e figura na coleção “The Road Goes Ever On”, uma reunião de canções folclóricas que são entoadas em vários cantos da Terra Média.
Bem, como Tolkien já tinha criado um idioma e escrito obras completas nele, nada mais lógico que recitar a própria poesia. E foi isso mesmo que ele fez. No vídeo abaixo, você ouve o pai de Frodo falando em Quenya. Dá até pra imaginar um audiobook da Trilogia do Anel toda em élfico. Ouve aí.
Ficou curioso para saber como seria o texto escrito do poema? Dê uma olhada na primeira estrofe em tengwar e tehtar, os caracteres do alfabeto élfico.
A tradução aproximada para o português ficaria ~~mais ou menos~~ assim:
Ah! Como ouro caem as folhas ao vento, Longos anos inumeráveis como as asas das árvores! Os longos anos se passaram como goles rápidos do doce hidromel Em salões altos além do oeste, Sob as abóbadas azuis de Varda Onde as estrelas tremem na canção De sua voz de Santa e Rainha.
Quem agora há de encher-me a taça outra vez?
Pois agora a Inflamadora, Varda, a Rainha das Estrelas, do Monte Semprebranco, ergueu suas mãos como nuvens E todos os caminhos mergulharam fundo nas trevas; E de uma terra cinzenta a escuridão se deita sobre as ondas espumantes entre nós E a névoa cobre as jóias de Calacirya para sempre. Agora perdida, perdida para aqueles do Leste está Valimar!
Adeus! Talvez hajas de encontrar Valimar. Talvez tu mesmo hajas de encontrá-la. Adeus!
Título original: The Hobbit Autor: J. R. R. Tolkien Editora: Martins Fontes Páginas: 320 Classificação:
Sinopse:Inesperadamente, Bilbo Bolseiro, um hobbit de vida confortável e tranquila no Condado recebe a visita de 13 anões e Gandalf que o arrastam em uma jornada através das montanhas e das terras ermas enfretando trolls, orcs, wargs, elfos para o resgate de um tesouro muito bem guardado por Smaug, o dragão. Bilbo se vê em diversas confusões e encontra algo que mudaria não só sua vida como de toda Terra-Média.
Por ser uma fã incondicional de O Senhor dos Anéis(quem me conhece sabe disso),
eu sempre dizia a mim mesma que um dia leria O Hobbit e os demais livros de
Tolkien. Então, com a proximidade da estreia do filme (li no final de Novembro)
eu me animei. Afinal, era uma história que se passava antes da grande aventura
de Frodo e eu queria saber como o anel havia chegado às mãos de Bilbo. Lá fui
eu ler O Hobbit.
Tudo começa numa manhã, quando Bilbo
recebe a agradável visita de Gandalf. O mago lhe pergunta se ele gostaria de
participar de uma jornada, mas Bilbo recusa imediatamente, pois, se há uma
coisa que um Hobbit preza muito é a comodidade e a rotina. Não gostam de nada
que abalem a segurança de que todas as coisas acontecerão como o planejado. Uma viagem traria uma infinidade de coisas inesperadas, então não, ele não iria a
lugar algum. Gandalf agradece a hospitalidade e se despede do amigo
alegremente, sem se deixar abalar pela recusa.
No dia seguinte, um a um, 13 anões chegam
à casa de Bilbo para planejarem a viagem, crentes que ele já estava a par de
tudo. O hobbit, por sua vez, estava cada vez mais confuso, sem saber de onde
surgiram os anões e por quê eles acreditavam que iria com eles, até que Gandalf
aparece, esclarece tudo e termina por convencer Bilbo a acompanhar os anões
nessa aventura, cujo objetivo era acabar com Smaug, o dragão, que vivia numa
montanha em terras muito distantes.
Bilbo e os 13 anões dão início à sua
jornada, passando por vários perigos. Tiveram batalhas com trolls, caíram em
armadilhas élficas, foram incansavelmente perseguidos por orcs, foram feitos
prisioneiros, se perderam... ufa! Até chegar à montanha de Smaug, eles passaram
por muitos riscos e dificuldades. E nada disso termina quando eles chegam ao
lugar. O livro é mesmo recheado de aventuras.
No entanto, confesso que me
decepcionei um pouco. Depois da grandiosidade de O Senhor dos Anéis, eu achava que O Hobbit seria igualmente grande,
mas não foi. É uma história legal, mas só. Uma criança de dez anos se
entusiasmaria mais com o livro do que eu.
Gostei muito das aventuras vividas
por Bilbo e seus amigos e também do fato de a mudança de seu caráter ser
totalmente perceptível no decorrer da história. No começo do livro ele é egoísta, chato, resmungão e só
se importa consigo. Durante a viagem e com tudo o que enfrentam, ele começa a
mudar bastante e, quando chegamos ao final do livro, temos um Bilbo solícito, de
boa índole, capaz de abrir mão de tudo para salvar seus amigos. Esse é um ponto
tremendamente positivo na história. As cenas do jogo de adivinhas entre ele e o Gollum foi muito legal e tenho curiosidade em ver como isso ficou no cinema. Beorn, um transmorfo, também é um personagem muito interessante e deve ter ficado show no filme, embora ele só vá aparecer no próximo, eu acho.
Os anões são folgados demais. Só
pensam em comer e são covardes até os ossos, sempre deixando o trabalho mais
pesado e perigoso – ou seja, TODO o trabalho – para Bilbo. Isso me irritou
bastante, pois eu esperava muito mais deles, já que Gimli, em O Senhor dos Anéis, é corajoso e
valente.
Sobre a morte de Smaug, então, minha
frustração é sem tamanho, mas não vou dizer o motivo, pois seria spoiler. Se
alguém quiser saber, me pergunte depois e eu conto em particular.
Pra concluir, afirmo que é um livro
legal, mas que não é tuuuudo isso que dizem por aí e passa longe da
grandiosidade de O Senhor dos Anéis.
Por ter me decepcionado um pouco com o livro,
acabei por não ir ao cinema ver o filme, até porque este foi dividido em três partes. Então resolvi esperar pra ver em casa mesmo,
não me animei. No entanto, fica o trailer aqui pra quem ainda não tiver visto.
Pelo que me parece, essa pode ser uma das raras vezes em que, pra mim, o filme supera o
livro. Vamos ver.
Em tempos de lançamento do filme O Hobbit e do lançamento do livro A Sabedoria do Condado, a editora Novo Conceito publicou em seu blog um texto do autor do livro. Eu li e achei interessante, então quis reproduzir aqui para vocês. Aí vai:
Ao longo da minha vida, ainda não superei a sensação surpreendente de
felicidade ao descobrir mais alguém que ama Tolkien. Eu já vi seus livros nas
estantes de escritores famosos e de fazendeiros diligentes, pessoas de sucesso
nos negócios e engenheiros de tecnologia de última geração. Todos esses homens
e mulheres compartilham algo em comum: eles amam aos hobbits mais que quaisquer
outras personagens dos contos de Tolkien. Isso é porque existe uma qualidade na
natureza dos hobbits (e não nas personagens chamadas hobbits) que os permitem
viver dentro de nós de modo profundo e duradouro. Em meu livro, A
Sabedoria do Condado (The Wisdom of the Shire), eu demonstro como
nossas vidas podem ser melhores se algumas das características dos hobbits se
tornassem nossas também.
Aqui estão 13 lições que podemos aprender com o Condado:
1. Coma como um Brandebuque, beba como um Tûk
Os hobbits são, possivelmente, os glutões mais adoráveis da literatura. Eles
comem seis refeições por dia, conforme Tolkien nos conta no Prólogo de O
Senhor dos Anéis, pelo menos “quando podiam tê-las”. O que era tão
atraente na comida do Condado para os hobbits? Ela era composta pelos tipos
mais básicos de alimentos – batatas, bacon, pão e manteiga, cerveja escura e,
claro, cogumelos. Mas às vezes, as coisas mais simples, cozidas da maneira
correta, são as mais saborosas. Comida de hobbit é “sopa de cogumelos para a
alma”. Quando nos alimentamos com fast-food, é o mesmo que estarmos nos
alimentando com gororoba de Orc. Hobbits, como Merry e Pippin, estão
constantemente deliciados e maravilhados com as coisas que comem e bebem. Uma
refeição é um evento prazeroso e uma reafirmação da vida.
2. Felicidade é uma toca-hobbit aconchegante
Quão confortável é a sua toca-hobbit? Os hobbits vivem em lares
aconchegantes, artesanais, construídos nas encostas de montes, com dispensas
bem estocadas, cadeiras macias e lareiras. Bilbo encontra forças na lembrança
de seu lar quando ele está em sua aventura angustiante com os Anões. Pense em
um lugar em que esteve em sua vida que possua essa qualidade pacífica. Pode ser
a sala de estar de seus amados avós, ou o estúdio de uma afetuosa professora de
música, ou o apartamento de seu melhor amigo. O que há nesse lugar que lhe fez
se sentir em casa? Em algum momento, seu inconsciente ‘plantou raízes’ lá –
nessa toca-hobbit do seu coração – e você pode levar essa sensação onde quer
que você vá. Claro, assim como Bilbo descobriu ao final de O Hobbit,
um quarto aconchegante é algo agradável pelo qual voltar para casa.
3. Homens barbados com bombas devem desaparecer
Frodo, Sam, Merry e Pippin estão realmente lutando por algo de valor
inestimável durante a Guerra do Anel – por amizade e pelo amor ao Condado. E é
por isso que eles ficam arrasados ao retornar ao Condado e descobrir que o
malvado Saruman assumiu o controle de sua terra igualitária, destruiu e poluiu
Hobbiton, e impôs uma lista de leis ridículas e despóticas. Tolkien odiava a
ideia de “homens barbados com bombas” governando o mundo. Os hobbits, exemplo
de ímpeto e coragem para Tolkien, reagiram à situação alarmante com decisão e
determinação, afugentando os invasores e prontamente começando o trabalho de
limpeza de sua terra devastada. Às vezes, leis desconcertantes criadas por
homens imperfeitos precisam ser revistas e substituídas por padrões de bom
senso, no estilo dos hobbits.
4. Até magos precisam dormir
Hobbits dormem o máximo possível, onde e quando puderem, mesmo se eles
tiverem que se recolher no topo das casas nas árvores dos Elfos ou tirar um
cochilo nas terras estéreis de Sauron. Tolkien gostava de acordar tarde, assim
como Bilbo (o mestre de Bolsão quase perde a chance de partir em sua aventura
com os Anões porque ele acorda bem atrasado). Se o sono é negado às pessoas por
um tempo longo o bastante, elas vão enlouquecer como Frodo, o insone, em Mordor. Ao invés de
postar “estou com sono” em sua próxima atualização do Facebook tarde da noite,
ao mesmo tempo em que está assistindo filmes ruins no NetFlix, tente ir para
cama mais cedo. Até o mago Gandalf – um Istari angelical – tem que descansar de
vez em quando. Bom
sono o deixa saudável, feliz e menos passível de provocar a ira de um dragão,
algo que Bilbo, privado de boas noites de sono, aprende do modo mais difícil.
5. Avareza é para Dragões e Sacola-Bolseiros
É verdade que a sedução de um tesouro foi o que fez Bilbo juntar-se a Thorin
e sua companhia de Anões. O Hobbit simplesmente quer aventura! Depois que Smaug
é destruído, os Anões ficam enfeitiçados pelo ouro acumulado pelo dragão.
Bilbo, enojado com comportamento tão grosseiro, rouba a famosa Akenstone – uma
joia preciosa e bela – e a presenteia a Thranduil, Rei Elfo da Floresta das
Trevas, para evitar uma guerra com os Anões. Thorin fica furioso com Bilbo
quando descobre e quer matá-lo, porém mais tarde, em seu leito de morte, ele
implora ao Hobbit por perdão. Ele percebe que riquezas não possuem valor sem
amigos verdadeiros ao seu lado. Bilbo passa o resto da vida distribuindo sua
riqueza – compartilhando-a com sua família e seus amigos, pois ele aprendera
que avareza é uma característica mais adequada a dragões e Sacola-Bolseiros
apaixonados por ouro.
6. É divertido se sujar
Existe grande interesse dos pequeninos pela horticultura, e não apenas para
propagar a erva-de-fumo. Um dos trabalhos mais respeitados no Condado é o de
jardineiro, e isso ocorre porque os habitantes do Condado celebram a vida em um
lugar em que as pessoas estão completamente ligadas à terra. Tente cavar você
mesmo um pequeno jardim e saiba como é gratificante ver a terra recém-tratada,
pronta para o plantio. E espere até que você tenha cultivado aquele tomate
perfeito. Você vai entender porque Sam vive sonhando com seu jardim quando está
nas terras desoladas de Mordor, ou porque Tolkien gostava tanto de seu pequeno
jardim. Cultivar seu jantar de uma semente plantada e cultivada por sua própria
mão é mais impressionante do que mágica.
7. Estes pés peludos são feitos para andar
Os hobbits vivem em um mundo em que não há carros ou trens ou dispositivos
ridículos como o Segway. Assim, o melhor modo de viajar pelo Condado é andando.
Não é nada para um hobbit caminhar 20km ou mais em um dia (eles são abençoados
com pés gigantes, afinal). Muitos de nós já ouvimos histórias de nossos avós
sobre como eles tinham que andar quilômetros para ir e voltar da escola.
Caminhar por longas distâncias costumava ser a regra em nossa sociedade. Um
estudo recente sobre Zonas Azuis ao redor do mundo – pequenas áreas da
civilização onde pessoas vivem mais e de modo mais saudável – demonstrou que
caminhar é um dos segredos da longevidade. A menos que nós queiramos ficar como
o Fredegar Bolger (o habitante mais roliço do Condado), nós precisamos começar
a caminhar como um hobbit.
8. Festeje como um pequenino
Aniversários são muito importantes para os hobbits. E eles possuem um jeito
único de celebrá-los. Ao invés de ganhar presentes, eles dão presentes. Mas
hobbits não dão presentes grandiosos. Eles representeiam com pequenos tesouros
chamados mathoms – coisas que estão esquecidas em suas tocas. Não seria uma
mudança agradável, nessa era de consumismo evidente, dar a você mesmo um
aniversário hobbit? Claro, nenhuma festa estaria completa sem uma comemoração no
estilo dos hobbits. Convide seus amigos e sua família. Tire os sapatos. Relaxe
com música. Coma e beba e dance sobre as mesas. E deixe a faxina para o dia
seguinte. Você não vai se arrepender.
9. O estilo ameno de Hobbiton
Uma das coisas mais reveladoras em O Senhor dos Anéis é que o
livro trata de uma aventura épica, com cercos gigantescos e seres demoníacos,
feiticeiros malvados, exércitos de fantasmas e poderosas árvores falantes e,
ainda, ele termina de modo simples e calmo com Sam Gamgi voltando para sua
pequena casa, onde sua esposa e sua filha estão esperando por ele. Para Sam, a
felicidade, sem dúvida, é segurar sua filha no colo. E, de acordo com os
apêndices, nós descobrimos que Sam e sua esposa Rosie tiveram mais doze filhos.
(Agora você sabe o que realmente estava acontecendo naquelas toca-hobbit!)
Tolkien, a propósito, esteve casado com o amor de sua vida, Edith, por cerca de
cinquenta anos. Eles tiveram quatro hobbits próprios.
10. Não irrite as Gigantescas Árvores Falantes
Tolkien escreveu que os hobbits tinham uma “amizade profunda com a terra”. É
um belo modo de dizer que eles faziam parte do Condado do mesmo modo que a
terra, as pedras, rios e árvores faziam. Os habitantes do Condado praticavam a
suficiência – tirando das terras e da floresta apenas o que precisavam. E seu
modo de vida também era sustentável – tudo que tinham vinha dos limites do
Condado. Em nosso mundo, a natureza está sob ataque. Megacorporações são, na
verdade, como o corrupto Saruman, que corta as arvores da Floresta de Fangorn
para abastecer as máquinas deformadas, que ele construíra nos confins de
Isengard. Se não mudarmos nossos hábitos, nossas árvores poderão finalmente
ficar de saco cheio e vir atrás de nós com um exército de Ents enraivecidos.
11. As crianças (hobbits) estão bem
O Condado era um lugar amigável para crianças. Muitos hobbits viviam com
grandes famílias e muitas crianças correndo por todo lado. Frodo e seus primos
podiam passear pelos campos, explorar seu mundo com uma liberdade que poucas
crianças em nosso mundo podem usufruir. No verão, os hobbits não ficavam presos
em suas tocas o dia todo, jogando vídeo games ou assistindo TV. Eles estavam
contentes em trabalhar nos campos com suas famílias, ou admirar as estrelas,
aprender sobre as árvores e animais do Condado, ou experimentar a alegria de
colher cogumelos nas florestas dos fazendeiros vizinhos (ou ainda dar uma
espiadela no diário misterioso de seu tio). Bilbo criou Frodo sozinho depois
que ele veio morar em Bolsão e ele pode muito bem ser o primeiro pai solteiro,
dono de casa, da história da literatura. E Frodo acabou bem, certo?
12. Amigos não permitem que amigos mergulhem na Montanha da Perdição
sozinhos
Há uma camaradagem especial entre os habitantes do Condado que vai além de
simples amizade. Os hobbits compartilham um laço que não pode ser quebrado.
Eles vão brigar por um prato de cogumelos levemente fritos na manteiga, claro,
mas eles dariam suas vidas para salvar um ao outro. O amor platônico de Sam por
Frodo é ainda mais poderoso do que o Anel e lhe dá força para enfrentar
desafios aparentemente insuperáveis, incluindo invadir sozinho uma torre cheia
de Orcs maníacos, lutar contra uma aranha monstruosa e encarar um lunático
extremamente obcecado com o Anel chamado Gollum. No final, talvez, a grande
ameaça ao mal de Sauron não eram os exércitos, mas sim os laços de amor que não
permitiram que os hobbits deixassem seus amigos cair na escuridão e no
desespero sozinhos.
13. Livre-se disso, livre-se disso agora
A maior qualidade de Frodo pode ser seu foco. Uma vez que ele decide aceitar
a responsabilidade de destruir o Anel, ele não desistirá. Ele parte para Mordor
sabendo que pode não voltar ao seu amado Condado. Seu foco contamina Sam, que
toma para si o fardo pesado do Anel quando Frodo é capturado por Orcs. Sam e
Frodo passam por atribulações agonizantes no reino negro de Sauron, enfrentando
seus piores pesadelos. Eles vencem esses desafios através da pura força de
vontade. Todos nós temos um Anel para carregar. O segredo está em carregá-lo
por quanto tempo for necessário e, quando chegar a hora, arremessá-lo ao fogo e
nos livrarmos do fardo. Veja-o derreter.
Noble Smith é o autor de A Sabedoria do Condado (www.asabedoriadocondado.com),
lançado, no Brasil, pela Editora Novo Conceito. Ele é um roteirista premiado
que já trabalhou como produtor de documentários, escritor de roteiros de vídeo
games e diretor de comunicação para uma organização pelos diretos humanos.
Siga-o no Twitter: www.twitter.com/ShireWisdom.