A mulher na cabine 10 - Ruth Ware

Título original: The woman in cabin 10
Autora: Ruth Ware
Editora: Rocco
Páginas: 320

"Apaguei a luz e me cobri, mas não dormi. Em vez disso, fiquei lá deitada de lado, observando o mar subindo e descendo num silencio estranho e hipnótico lá fora das paredes grossas e à prova de som. E pensei: há um assassino neste navio. E a única pessoa que sabe sou eu."


Laura Blacklock é jornalista e trabalha para uma famosa revista de viagens e mal pode esperar para juntar-se a alguns convidados muito importantes na primeira viagem de um luxuoso navio de cruzeiro chamado Aurora. Nessa viagem ela precisa avaliar o navio, suas acomodações e atrações, bem fazer algumas entrevistas. Ou seja, essa é chance que ela terá para provar seu valor como jornalista e ganhar uma promoção.

Porém, dois dias antes de ela embarcar nessa viagem, ela passa por duas experiências muito ruins: Primeiro, seu apartamento foi invadido, ela teve sua bolsa roubada e foi agredida pelo invasor. Depois, no dia seguinte, ela acabou se desentendendo com seu namorado e foi viajar sem saber em que pé ficaram as coisas entre eles.

Para ela, que sofre de ansiedade e precisa de remédios para controlar suas crises, a invasão de seu apartamento foi algo que a deixou bastante insegura e transtornada, mas mesmo assim ela quis seguir viajem e lá se foi rumo ao Aurora.

Já a bordo do navio, as coisas não são muito melhores. O navio é pequeno, com apenas dez cabines cujas proporções deixam muito a desejar. Mas como ela já estava ali e não queria perder a grande chance de ser promovida, Laura não desistiu. Enfrentaria a semana no navio e daria o máximo de si para fazer uma ótima matéria.

O problema era que com o estresse dos dois dias anteriores, mais o fato de ela estar tendo sérios problemas de insônia, Laura estava desesperada para deitar e tentar dormir, mas ela ainda não podia, pois logo haveria uma recepção para os passageiros, seguida de um jantar, e ela não poderia perder aquilo por nada. Assim, ao ouvir barulho na cabine 10, ao lado da sua, ela foi bater à porta da cabine. Se a ocupante fosse uma das mulheres a bordo, ela pediria um pouco de maquiagem emprestada para disfarçar o cansaço. Quem abriu a porta foi uma jovem muito bonita, de cabelo comprido e preto, vestindo uma camiseta do Pink Floyd. Mas, apesar de ser bonita, a moça estava mesmo era com uma cara de poucos amigos. Perguntou muito grosseiramente o que Laura queria e, quando ela disse, a moça foi buscar, entregou a ela e disse que não precisava devolver, fechando a porta em seguida.

Mais tarde, já reunida aos demais passageiros do navio no jantar, Laura nota que a moça que ela conheceu na cabine 10 não estava presente, o que ela achou muito estranho. Mas havia muitas pessoas influentes ali e Laura precisava dar um jeito de conhecê-las. Assim, para passar o sono, ela foi tomando uma taça de champanhe atrás da outra.

Ao final da noite, depois de fazer alguns contatos e conhecer algumas pessoas, Laura poderia finalmente deitar e tentar dormir. E sim, ela conseguiu, mas foi acordada na madrugada com o que parecia ter sido um grito. Depois há um barulho de algo pesado caindo na água, como se fosse um corpo, e o barulho vinha da cabine ao lado da sua, a cabine 10.

Desesperada, ela corre até a varanda de sua cabine para tentar ver o que está acontecendo, preocupada com a moça que conheceu mais cedo, mas ao sair, tudo o que Laura consegue ver é uma mancha de sangue. Ela então chama o segurança do navio e conta a ele tudo o que ouviu, mas quando o leva até a varanda para mostrar a mancha de sangue, não há nada ali, está tudo limpo. E, para piorar, o segurança lhe informa que nunca houve ninguém na cabine 10, ela estava vazia. E quando Laura pede para ver o interior da cabine, depara-se com o local realmente vazio e sem ninguém.

Conversando com Laura, o segurança comenta sobre o tanto que ela bebeu durante a festa e sugere que, talvez, ela tivesse tido apenas imaginado tudo aquilo por causa da bebida, ou então sonhado. Num primeiro momento ela fica muito brava e garante que não, que ela ouviu tudo, sim, e que viu sangue na varanda da cabine ao lado. Mas depois, com o passar do tempo, ela mesma se pergunta se realmente tinha testemunhado aqueles acontecimentos.

E agora? Laura realmente viu sangue na cabine ao lado e ouviu um corpo sendo jogado ao mar, ou foi apenas sua imaginação com um leve toque de bebedeira?
Bem, vocês vão ter que ler para descobrir.




Quando li a sinopse do livro, achei muito interessante e fiquei com muita vontade de ler, pois adoro livros de suspense. Mas, infelizmente, acabei me decepcionando.

Os personagens são rasos, nenhum deles traz uma bagagem, uma história de vida interessante, nada disso. São descritos de maneira bem breve e é apenas com isso que devemos contar.

A investigação que Laura faz por conta no navio é muito malfeita e quase sempre leva a lugar nenhum, mas, mesmo assim, do nada aparecem recados contendo ameaças pra ela onde ela está, mas ninguém nunca vê quem escreveu.

Eu não consegui me conectar com ela em nenhum momento. Além de ser uma protagonista rasa e sem graça, ela é paranoica demais, sempre exagerando terrivelmente a gravidade da coisa. Mas esse exagero não vem apenas dela, mas também da autora em outras situações que não precisavam de tanto, sabem?

E o final, pelo menos pra mim, foi bem previsível. Eu consegui saber bem antes o que estava acontecendo ali.

Então, pelo menos na minha opinião, a promessa de “um thriller de tirar o fôlego” que vem na contracapa é completamente frustrada. A Mulher na Cabine 10 é um livro raso e mal escrito. Mas quero deixar bem claro aqui que é apenas a minha opinião. Eu já li outras resenhas sobre esse mesmo livro e elas foram bem elogiosas.  Mas para mim infelizmente não foi.




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