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E tudo de novo...

Final de ano é sempre a mesma coisa. Inclusive, acho que este dia poderia ser gravado uma vez e repetido, como um loop sabe, porque é assim que todo ano acontece... 

A primeira etapa é sempre providenciar uma roupa nova. A dúvida sempre é: qual cor usar?

Já tentei usar amarelo para trazer dinheiro e riqueza, mas até agora não surtiu efeito, porque nunca ganhei na Mega Sena da Virada.

Uma alternativa foi usar laranja que, diz a lenda, atrai sucesso monetário. Mas por estar a 5 anos ocupando o mesmo cargo sem aumento, acredito que esta cor também não funcionou.

Já tentei usar azul para trazer paz de espírito e segurança, mas os problemas da vida me atormentam diariamente e a insegurança do meu bairro também.

Verde traz equilíbrio. É notório que esta cor também não deu certo.

Tentei usar violeta, porque dizem que ajuda a elevar a auto-estima e manter o foco em um objetivo. Sempre me acho uma baleia descabelada e, por tentar sempre frequentar a academia e o salão e não conseguir, acredito que 'manter o objetivo' também não está acontecendo.

E, por isso, nos últimos tempos acabo caindo no branco, só porque dizem que ele repele as energias negativas e eleva as vibrações, que é o que preciso.

Eu sei, eu sei... Você vai me perguntar: e o vermelho? Por que nunca tentou o vermelho? A resposta é simples: Eu sou uma moça de família! Não tenho que mostrar a todos que estou sempre desesperada para arrumar um namorado, para viver uma paixão louca e desesperada.
Sim, é isto o que eu sempre falo, mas vou te contar um segredo... Adivinha qual é a cor da minha calcinha todos os anos? Por isso não tenham uma sogra que chame Esperança, porque meus amigos, ela nunca morre.

Após a definição da roupa, chega a hora de passar aquele cimento na cara (vulgo maquiagem), ficar sem comer a tarde inteira (já que vou ter muitas coisas para beliscar noite toda) e tomar um Engov (porque muita champagne vai rolar). 

É o tempo de fazer a lista de amigos que se comportaram bem durante o ano e merecem uma SMS de Feliz Ano Novo, de pensar em tudo que poderia ter feito diferente e pensar no que eu posso fazer melhor neste novo ano.

O ano novo de aproxima...

Então é hora de preparar os ouvidos para a queima de fogos e para seu tio bêbado contando as mesmas histórias dezenas de vezes. É o tempo de deixar a TV ou rádio ligado, porque o  relógio de cada familiar marca uma hora diferente e você tem que saber a hora exata da contagem regressiva. É o tempo de preparar a cabeça e os olhos das rolhas da champagne que aquele seu tio bêbado, o mesmo que não para de falar, vai estourar.

10...9...8...7...6...5...4...3...2...1!!!

FELIZ ANO NOVO!!!

É o tempo de desejar tudo de bom aos seus familiares e amigos, assim como faz todos os anos  (e é por isso que estas cenas poderiam ser gravadas e sempre repetidas) em pé num banquinho ou cadeira, e descer com pé direito. 

Porque é na contagem regressiva que as simpatias são planejadas e iniciadas. O lance das cores das roupas nunca deram certo, mas não é por isso que eu vou desistir, correto? Gasto 2 horas para fazer todas as simpatias!!!

É comer lentilha, jogar pipoca no telhado, comer uvas e romãs e guardar sementes embrulhadas em dinheiro dentro da carteira, jogar sal grosso e água nos cantos da casa. É dar uma volta com uma mala vazia em torno da casa (quero um ano de muitas viagens, ora!), colocar nota no sapato para chamar dinheiro, jogar moedas da rua para dentro de casa para atrair riquezas. 

É ler sete linhas do livro que eu estou lendo para ler o ano inteiro, passar a virada com um boleto pago de uma das minhas últimas compras de livros para indicar que isso se repita sempre, pensar no mocinho/vilão perfeito que conheci em algum dos livros lidos e vibrar para que eu possa encontrar um semelhante (só que real) durante este ano ...

Ufa! Cansei só de pensar. A última parte do parágrafo anterior fica por minha conta. Mas se basta ter fé e acreditar que as coisas se realizam, porque não posso inventar minhas próprias simpatias? 

Então, melhor eu começar a escolher um mocinho/vilão para pensar no momento da virada, porque conheci várioooos este ano. Sabe como, é né?! Vida de piriguete literária é assim! 

E a propósito, feliz 2012 para todos! Que este ano seja repleto de luz, saúde, sucesso, dinheiro e livros! E o amor? Se o universo não conspirar ao nosso favor e trouxer um galã, é certo que os livros de 2012 farão isso!

FELIZ ANO NOVO!!!

 Luciana Mara

Fontes:
Significado das cores: http://mensagensepoemas.uol.com.br/fim-de-ano/ano-novo/significado-das-cores-2.html
Simpatias: http://www.velhosamigos.com.br/DatasEspeciais/diareveillon3.html

A arte da manipulação

Abri meu guarda-roupa e fiquei analisando o conteúdo por 10 minutos.


E não! Não era porque eu estava em dúvida sobre o que vestiria, uma vez que a grana por aqui é escassa para investir em modelitos. Eu só estava tentando usar aquele sentido extra que nós mulheres temos para sentir onde estava meu único conjunto social, aquele que uso quando preciso fazer entrevista/ir à colação/aniversário de parente idoso.

Juro que na próxima encarnação passo duas vezes na fila de distribuição da característica 'organização de guarda-roupa'.

Felizmente, após o mapeamento mental dos itens jogados lá dentro, encontrei o que procurava: meu tailleur azul marinho. Os sapatos de salto altíssimo eu sequestrei do guarda-roupa da minha mãe (dois números maiores que o meu, lotei a ponta de algodão).

Foi só vestir, fazer um coque baixo, colocar brincos de pérolas, usar meus óculos de leitura e pegar emprestada a pasta que minha tia advogada usa e sair. Eu estava um poço de seriedade naquela roupa!

Dia de semana, horário atípico. Cheguei ao destino em pouquíssimos minutos. Era um prédio de quatro andares, ao lado de uma Lan House. Na verdade, eu não sei por que fui obrigada a ir àquele lugar. Minha mãe só informou que tinha agendado uma reunião para mim e que eu não poderia faltar. Pensei que pudesse ser um editor ou algo do gênero. Algum conhecido da minha mãe com quem ela tinha falado sobre a minha paixão por livros e meus dois capítulos iniciados de uma futura história.

Eu, em toda a minha elegância e requinte, entrei na sala de espera e disse à recepcionista que tinha horário agendado. Ela confirmou e me orientou a procurar a sala 4 do segundo andar. Assim que levantei os olhos, vi o nome da empresa: GABA. Com a minha mente fértil e mais um pouquinho da minha tão famosa intuição, saquei logo de cara! Aquilo era mesmo o que imaginei. Com certeza GABA era a abreviação de Grupo de Autores Brasileiros em Ascensão! Comemorei mentalmente.
Subi as escadas, abri a porta da sala 4 e ouvi:

- Bom dia e seja bem-vinda! Só esperávamos você!

Havia 15 pessoas sentadas em círculo e apenas um lugar vazio: o meu! Ele brilhava para mim! Imaginei que aqueles seriam meus futuros amigos escritores, que vários deles deveriam ter blogs literários, paixão por livros e que poderíamos trocar dicas sobre novas histórias. Eles estavam animados, já entrosados quando eu me sentei. Sorri para meus companheiros e relaxei. A certeza de ser a pessoa mais bem vestida daquele lugar me deixou confiante.
Aquela senhora com olhar bondoso que havia me dado as boas vindas começou a falar:

- Mais uma vez, caros colegas, é muito bom estarmos aqui reunidos. Hoje, temos mais uma integrante ao nosso grupo. Bem-vinda, Melissa! Vamos todos cumprimentá-la?

Então, a uma só voz, as 14 pessoas disseram:

- Bom dia, Melissa! Nós, do GABA, Grupo de Apoio aos Bookaholics Anônimos, vamos ajudá-la a superar seu vício.

Fiquei em choque! Vício? Que vício? Cadê a publicação do meu livro? Não sou viciada! Acho que ela, aquela senhora que nem é mais bondosa, leu no meu rosto minha indignação.

- Eu sei que a primeira fase é de negação – Ela afirmou – mas aos poucos você vai admitir, aceitar e querer corrigir seu problema.

“Problema? Que problema?”, eu pensei

- Seus familiares que te inscreveram no programa só querem seu bem. Eles só desejam que você pare com este vício descontrolado de comprar livros que nem sabe se vai ler... – ela continuou.

“Mas eu vou ler todos!”, pensei. “Aquele sobre gatos, que comprei em promoção, era para dar de presente para algum amigo (que futuramente irei conhecer) que gosta de gatos! Aquele outro, o sétimo da coleção, estava uma pechincha. Vai que alguém já tem os outros seis e quer ler o sétimo? Eu vou ter, mas falarei que não, afinal sou ciumenta e não quero emprestá-lo.”

- Estamos aqui, para te ensinar a fugir das ofertas tentadoras, Melissa. – a senhora prosseguiu – Você vai conseguir! Conte-nos o que você sente ao comprar.

Meio a contragosto, eu resolvi contar, só para ver se ela parava de pegar no meu pé.

- Eu sou cadastrada em várias lojas online e as ofertas sempre chegam por e-mail. Também tenho uma rede de contatos no twitter que me avisa das promoções. Quando vejo algo que eu quero em promoção, meu coração dispara, meus olhos brilham. Eu só penso que preciso daquele item. Minha vida depende dele! Sem ele, fico sem ar, sem rumo. Algumas vezes tenho que comprar vários para conseguir frete grátis, mas é uma economia como transporte! É uma benção!!! Nada como clicar em continuar, continuar até concluir a compra! Explode uma alegria louca dentro de mim.
E a espera? Acompanhar a entrega do pedido e aguardar a entrega do embrulho em casa é uma delícia. E quando abro o pacote? Dou aquela fungada nas páginas novas. Aquilo é perfume! Poderia ser vendido engarrafado! Então, guardo os novos exemplares na estante, pensando no dia que irei lê-los. Namoro-os todas as noites...

Termino meu relato e suspiro... Quando levanto o olhar e observo os outros participantes, vejo que eles estão com os olhos brilhando. Vejo o olhar comprador em cada um daqueles rostos.

Então, meu celular toca. Recebo minhas mentions do Twitter por sms. Todo meu estresse por aquela situação constrangedora, eu em um grupo de apoio, passou quando li as palavras mágicas: 
“Descontos progressivos de livros!”

Peguei minha pasta, levantei da cadeira, olhei para o grupo e comuniquei:


- Desculpem, mas deu a minha hora. Desconto progressivo de livros em todas as lojas online. Sabem como é, preciso ir...

Antes que eu me desse conta ou pudesse terminar a frase, quase fui atropelada na saída. Todos, inclusive a idosa que coordenava a reunião, haviam saído correndo da sala. Fiquei sem entender, até que cheguei à saída do prédio. Estavam todos na Lan House. Viva as compras!!!

Foi então que conclui, comemorei e pensei: “Missão cumprida! GABAfail*! Vai, mexe com que está quieto...”

*Procure a hashtag.

A arte de se apaixonar 298374516 vezes

Pelo menos o meu tipo de piriguete garantiu que eu estivesse devidamente vestida quando fui expulsa de casa.

Foi só o tempo de colocar na primeira bolsa que eu encontrei o kit de maquiagem (mulher prevenida!), celular (alouuu, para ficar conectada e ser informada se alguma promoção aparecer), agenda e meu livro sobressalente antes de ser enxotada de casa. Pela primeira vez, escolhi um livro aleatório, porque eu sabia que ele seria confiscado assim que eu cruzasse a soleira da porta. 


Imediatamente, quando cheguei à saída do apartamento, dei de cara com a minha mãe, que me esperava para fazer a rotineira vistoria.  Então, ela revirou minha bolsa, tirou o livro que eu acabara de guardar e soltou:
- Ana, você não tem conserto mesmo!

Ela me expulsou de casa esta tarde porque, de acordo com ela, eu só fico enfurnada no meu quarto lendo. É um absurdo! Vê se eu aguento isso!!!  Digo que sou de um dos piores tipos de piriguetes, já que tenho vários caras no meu quarto enfileirados esperando que a filha gostosa dela dê uma apalpada e cheirada neles, além do fato de levar vários deles para a cama todas as noites, mas ela insiste que eu sou mesmo é encalhada. Sempre dou “anhram” para não render.

Assim, saí sem o livro na bolsa, mas à la Michael Jackson rumo ao elevador. Minha salvação foi que minha mãe estava tão brava que não me deu um abraço de despedida. Sorte de Anna e o beijo francês, livro que eu estava quase terminando e que estava nas minhas costas, metade dentro da calça e metade escondido pela blusa. Um moonwalker nunca foi tão bem vindo. Saí com estilo!


Sem rumo definido, desci a minha rua até avistar uma cafeteria. Já tinha escutado sobre o aconchegante lugar, e que lá vendia o melhor chocolate gelado da cidade. Só por vingança por ter sido expulsa de casa, decidi violar a dieta que minha mãe me fazia seguir a risca, entrar no estabelecimento e pedir o maior chocolate gelado do cardápio.

Arrumei uma mesa no canto da cafeteria, aquele com iluminação indireta que dava um charme ao estabelecimento. Lá ninguém incomodaria minha leitura. Queria muito saber o desenrolar da história da minha homônima e, quando a garçonete veio trazer minha bomba de chocolate, vi o rapaz entrar. 

Olhei para o cardápio: Cafeteria Paris
Então tudo ficou claro e tive aquele momento iluminado.

Lista de coincidências
  • Fui praticamente expulsa de casa. Ok!
  • Fui para Paris (era uma cafeteria, mas...) Ok!
  • Vi um rapaz de olhos castanhos, cabelos volumosos e charmosamente despenteados. Ok!
  • Ele cumprimentou um grupo de amigos que ficou muito contente ao vê-lo, leia-se: rapaz popular. Ok!
  • Eu o ouvi dizer que a namorada, que antigamente fazia parte do grupo deles, estava na faculdade do outro lado da cidade e que ia encontrá-la mais tarde. Ok!
  • Ele olhou para mim e pude ver aquelas covinhas enquanto sorria. Ok!
Caraca!!! Ele é meu St. Clair!!! 

Agora só faltava eu ser só amiga dele, fazer ele se apaixonar por mim, terminar com a namorada, me ensinar francês (será que ele fala francês? Mas se tudo está batendo, imagino que ele deva ser fluente na língua) e me chamar para sair, qualquer que fosse a ordem dos acontecimentos.
Fechei os olhos e agradeci:
- Obrigada mãe, a expulsão valeu a pena!!!


- Que expulsão, Mel? Melissa! Acorda menina! Você vai chegar atrasada! 
Eu, han, acordar? O que? Era tudo um sonho? Eu não sou a Ana/Anna? Ahhhh não... Eu quero meu St. Clair e meu beijo na Cafeteria Paris!!! 
Olhei para o criado mudo do meu quarto e lá estava o livro. Passei a madrugada lendo e estou exausta, destruída e em frangalhos, mas terminei de ler e agora estou apaixonada (mais uma vez). Ahhhh St. Clair... 

Ehhh... Algumas vezes acho que concordo com a minha mãe no sonho, em sua colocação que estou lendo demais. Em outras, na maioria diga-se de passagem, não estou nem aí para isso. 

Então, me arrumei, joguei (com cuidado) Desculpa se te Chamo de Amor dentro da bolsa, livro que estava lido pela metade, e saí. Coloquei meu capacete e saí com a minha Biz. Foi quando eu avistei um homem uns 20 anos mais velho que eu, mas muito gato, dirigindo e lendo o jornal ao mesmo tempo. Foi o momento que torci para ele ser publicitário, ter acabado de levar fora da namorada, esbarrar na minha moto e eu cair, ele vir me socorrer, servir de motorista porque minha moto ficaria no conserto que eu pensei:


Internem-me, pois estou mesmo lendo demais!!!
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