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Mistério em Chalk Hill - Susanne Goga

Título original: Der verbotene Fluss
Autora: Susanne Goga
Editora: Jangada
Páginas: 424

"- O que há com você, Emily? Ainda está pensando na noite em que teve o pesadelo?Ela olhou para Charlotte como se estivesse voltando de uma viagem, cujas imagens ainda guardava.- De que pesadelos está falando?- Você sabe. - Charlotte puxou a cadeira para perto da carteira de Emily e se sentou a seu lado. - Quando sentiu medo e falou da sua mãe. - Não foi um sonho.  - Disse Emily em voz baixa, olhando de novo para a janela. - Ela estava aqui. "


Charlotte Pauly é uma preceptora alemã que, depois de um grande escândalo (não que eu tenha achado grande nem escândalo, mas é o que o livro diz), sente-se obrigada a deixar Berlim e ir para a Inglaterra. Por sorte, antes de partir ela fez um anúncio nos jornais londrinos e fora contratada de pronto, pois seu currículo era impecável. Assim, ao chegar à Inglaterra, ela segue para a mansão Chalk Hill, na parte rural de Londres, rumo ao seu novo emprego.

Chegando à mansão, ela percebe logo de cara que, com exceção do cavalariço que fora buscá-la na estação de trem, os criados – principalmente a governanta e Nora, a babá da menina que Pauly irá ensinar – não são muito receptivos à sua chegada. Aliás, seu próprio patrão, Sir Andrew, não é um exemplo de educação e simpatia. (Diz-se que sua hostilidade se deve ao fato de ele ter perdido sua jovem esposa recentemente, mas eu acredito que ele sempre foi chato e mal-educado assim mesmo.)

A filha de Sir Andrew, Emily, tem 8 anos e é a ela que Pauly irá dar várias aulas durante o dia. Emily é uma menina muito doce e sedenta por conhecimento. Se interessa muito pelas aulas de Pauly e faz muitas perguntas, mas, de vez em quando, essa menina tão doce e estudiosa dá lugar a uma Emily completamente diferente, cansada e distraída.

Com o passar do tempo, Pauly descobre (sozinha mesmo, porque ninguém conta nada a ela naquela casa) que Emily vem tendo pesadelos com a mãe. Bem, isso é o que Nora, a babá, e seu pai dizem, porque, segundo a própria Emily, o que acontece à noite é que ela é visitada pela própria mãe, que promete vir buscá-la logo.

Os dias vão passando e os pesadelos – ou visitas da mãe – tornam-se cada vez mais frequentes e mais assustadores, o que obriga Pauly a começar sua própria investigação, uma vez que todos são proibidos de tocar no assunto na mansão.

Quando uma coisa grave acontece, Sir percebe que não é mais possível fazer de conta que sua filha tem problemas e que realmente se faz necessário que ele peça ajuda profissional.
Preocupado e sem saber o que fazer, ele acaba indo até a famosa Society for Psychical Research, procurando alguém que possa ajudá-lo a descobrir qual o problema de Emily e se ela realmente vê espíritos.

O escolhido para essa empreitada é o jornalista Tom Ashdown (que, por algum motivo, eu só consigo imaginar com o rosto do John Cusak).

Tom é um excelente jornalista e já participa da Sociedade há bastante tempo. No entanto, essa é a primeira vez que ele é enviado para investigar um caso psíquico – ou não – , o que o deixa um pouco nervoso.

Junto com Pauly, ele tentará descobrir o que vem acontecendo em Chalk Hill para deixar Emily tão atormentada.


Eu ainda não consigo saber se gostei ou não do livro. Terminei a leitura, dei 3 estrelas no Skoob, mas ainda não consegui definir meus sentimentos a respeito de Mistério em Chalk Hill.

Quando pegamos o livro, logo na contracapa, já somos informados de que Susanne Goga inspirou-se no romance Jane Eyre, de Charlote Brontë, e na novela A volta do parafuso, de Henry James.

No entanto, mesmo se eu não tivesse sabido disso antes, com certeza teria percebido no decorrer da leitura.

Jane Eyre é um dos meus livros preferidos, então sempre está muito fresco na minha memória. A volta do parafuso é outra trama da qual ainda não consegui descobrir se gosto. Aliás, fiz a resenha recentemente sobre a novela.

Então, para mim, que já conhecia ambas as histórias, não houve surpresa nenhuma. Logo de cara eu já sabia a resposta do segredo em torno da morte da mãe de Emily.

Talvez, se eu não tivesse lido nenhum dos dois livros antes, a trama de terror/suspense se tornasse um pouco mais interessante pra mim.

A escrita de Susanne Goga é boa, não posso dizer que não é. Os personagens são bem construídos e o leitor consegue se conectar a eles. Apenas Nora, a babá, permanece uma incógnita pra mim, pois ainda não consegui concluir se ela é sonsa ou se é doida mesmo.

Mistério em Chalk Hill não é um livro ruim. No entanto, acredito que quem não leu Jane Eyre e A volta do parafuso, vai gostar bem mais do que quem já leu.



A volta do parafuso - Henry James

Título original: The turn of the screw
Autor: Henry James
Editora: Landmark
Páginas: 160
Conto


"Negra como a meia-noite em seu vestido escuro, sua beleza devastada e sua desgraça indizível, ela fitou-me por tempo suficiente para parecer afirmar que seu direito de sentar-se à minha mesa era tão legítimo quanto o meu de sentar-me à dela. Com efeito, enquanto duraram esses instantes, arrepiou-me a extraordinária sensação de que era eu a intrusa. Foi como num violento protesto a essa infâmia que, de fato tendo me dirigido a ela - "Sua mulher terrível e miserável!" -, pude ouvir-me prorromper num som que, através da porta aberta, ecoou pelo longo corredor e pela casa vazia. Ela voltou para mim como se houvesse me escutado, mas eu já me recompusera e desanuviara o ânimo. Não havia nada na sala no minuto seguinte, além da luz do sol e da compreensão de que eu precisava ficar."


A volta do parafuso é um conto de terror escrito por Henry James, publicado em 1989.

O conto começa com uma reunião de amigos que estão hospedados no campo, na noite de Natal, contando histórias de fantasmas. Porém, um dos membros do grupo, ao chegar sua vez de contar uma história, diz aos demais que ele prefere não contar nenhuma naquele momento, mas que mandará buscar em sua casa um diário, escrito por uma jovem que trabalhou para alguém de sua família no passado, que contém uma história real sobre fantasmas. Os demais do grupo concordam e assim esperam.

Alguns dias depois eles se reúnem novamente e o amigo, já de posse do diário, começa a ler o relato escrito em primeira pessoa.

A jovem – uma das filhas de um pároco – foi contratada como governanta por um rapaz solteiro e muito rico, que possuía uma casa no vilarejo de Bly e precisava de alguém para cuidar de seus sobrinhos, Miles e Flora, duas pobres crianças que ficaram órfãs e cuja responsabilidade passou para esse tio que não queria nem saber deles.

O mais curioso é que o rapaz, inclusive, deixa bem claro para a moça que ela terá total responsabilidade sobre as crianças e que ela deve resolver por si mesma todos os problemas que possam acontecer. Ele não quer saber de nada, não quer nem receber cartas relatando sobre como estão os dois. Ela será paga para cuidar deles enquanto puder, para que ele não precise mais se preocupar com eles de maneira nenhuma – não que se preocupasse. Enfim, feitos os devidos acertos com seu patrão, ela segue para Bly para conhecer seu novo lar e seus pupilos.

Ao chegar à propriedade, a jovem logo conhece Miles e Flora e acha ambos muito amáveis. Porém, uma coisa estranha acontece: depois de alguns dias, chega uma carta da escola onde Miles estudava – ele estava de férias –, dizendo que ele havia sido expulso da escola e que estava proibido de retornar. Tudo isso sem nenhuma explicação sobre o motivo da expulsão.

Como o tio das crianças a proibiu de entrar em contato e Miles é muito amável e sempre preocupado em agradá-la, ela decide guardar aquilo apenas entre ela e a outra empregada da casa, Mrs. Grose, e que no momento oportuno revelaria isso a Miles e lhe informaria que ela mesma cuidaria de sua educação.

O tempo vai passando e a governanta vai cada vez mais se apegando às crianças e ao lugar, mas, certa noite, enquanto caminhava pela propriedade, ela viu um homem estranho sobre uma das torres da casa, que, depois de olhá-la fixamente por alguns momentos, acabou desaparecendo. Mesmo achando estranho aquilo, ela acaba guardando o acontecido para si. No entanto, quando, em outra ocasião, acaba vendo o mesmo homem dentro da casa – e vendo desaparecer novamente –, ela procura por Mrs. Grose, conta o que houve e lhe descreve o homem.

Ao ouvir o relato da governanta, Mrs. Grove fica chocada e diz que o único homem com aquelas características que poderia estar na propriedade era Peter Quint, um antigo empregado, mas que era impossível que ele estivesse lá, pois ele já havia morrido há algum tempo. As duas combinam de manter isso em segredo e a governanta diz que vai investigar o que está havendo.

Pouco tempo depois, enquanto passeava com Flora perto do lago, a governanta vê outra figura misteriosa, mas agora era uma mulher, olhando fixamente para Flora, parecendo chamar sua atenção, mas a menina parece ignorá-la.

Procurando novamente por Mrs. Grose, a governanta descobre que a mulher foi a governanta anterior a ela, Srta. Jessel, e que também já havia morrido. Com isso, ela começa a pensar sobre o ocorrido e não consegue saber se Flora ignorava a mulher porque não a via, ou porque já estava tão acostumada a ela que não se importava mais.

A partir daí a governanta começa a suspeitar de que as crianças podem ver e até se comunicar com esses espíritos, principalmente porque, toda vez que ela os vê – o que vem se tornando muito frequente –, eles estão rondando seus protegidos.

Decidida a salvar seus pupilos, a governanta começa a investigar tudo e tenta, a todo custo, descobrir se eles são capazes de ver esses espíritos e se comunicar com eles.


É claro que não vou contar o final do conto, até porque ele fica meio em aberto para que o leitor entenda esse fim como achar melhor.

À primeira vista, A Volta do Parafuso é um conto de terror normal sobre casas antigas e aparições sombrias, mas o conto acaba sendo bem mais que isso, o que o torna muito legal. Primeiro, porque percebemos uma histeria crescente na governanta, que parece estar obcecada com a ideia de que as crianças têm alguma ligação com os espíritos que rondam a casa.

As crianças, Miles em particular, são bem estranhas. Fazem absolutamente tudo para agradar a governanta e são tão amáveis que nem parecem crianças de verdade. Miles, apesar de ter apenas 9 anos, é tão encantador e manipulador que parece muito mais velho.

A governanta tem seus vinte e poucos anos, está presa numa propriedade rural, tendo apenas duas crianças e uma senhora por companhia, e, devemos lembrar, é filha de um pároco, o que nos dá a entender que ela tem suas crenças religiosas. Acho que tudo isso a torna uma pessoa sugestionável e que se impressiona com facilidade.

A verdade é que não dá pra saber se as crianças realmente viam os espíritos ou se apenas a governanta conseguia vê-los. E há ainda a hipótese de que ela nunca viu espírito nenhum e que teria enlouquecido. Daí vem o nome do conto, A Volta do Parafuso. Essa expressão – The turn of the screw – é usada, em inglês, para se referir à ação de aumentar a pressão sobre alguém que já se encontra em posição aflitiva. E isso é bem claro em duas partes distintas: primeiro, a pressão sobre a própria governanta, que vai cada vez ficando mais histérica a respeito dos tais espíritos e, segundo, porque ela passa a pressionar as crianças loucamente, querendo que elas confessem de todo jeito, que se comunicam com os espíritos. E ela fica tão alucinada com tudo isso que passa acreditar que apenas ela pode salvá-los, tanto que ela mesma chega a afirmar que, se eles admitirem que veem os espíritos, eles serão perdoados e suas almas serão salvas.

Várias são as interpretações que podemos ter sobre esse conto, inclusive trazendo à tona sutilmente o assunto pedofilia, que talvez tenha acontecido, não por parte da governanta, mas dos antigos empregados da casa que agora são os espíritos.

Henry James escreveu-o de maneira tão intrigante que, como eu já disse, cada leitor poderá entender o final do conto de uma maneira.

Enfim, se eu falar mais do que isso – o que já foi muito –, vou acabar dando spoilers. O conto pode ser encontrado facilmente na internet, então, quem se interessar, pode procurar pra ler. Depois me contem o que acharam, qual o final que vocês entenderam na história.

Mais do que uma história de fantasmas, é o terror psicológico que assusta mais. Eu recomendo a leitura! 






Exorcismo - Thomas B. Allen

Título original: Possessed
Autor: Thomas B. Allen
Editora: Darkside
Páginas: 254


“Robbie começou a urinar e a soltar gases. O fedor era insuportável. Alguém abriu uma janela. O garoto gritava e dava gargalhadas diabólicas. Essa foi a palavra que vinha de imediato à mente daqueles que as ouviam: diabólicas.”



Todos conhecemos a história do filme O Exorcista, onde a joven Regan MacNeil, de 12 anos, é possuída pelo demônio e tem que ser submetida a várias sessões de exorcismo para poder ficar livre de todos os tormentos que sofria.



O que a maioria não sabia é que o filme foi baseado em fatos reais e que, na verdade, a vítima de possessão foi um garoto de 14 anos. E é exatamente sobre a história desse garoto que este livro, Exorcismo, vai falar.

Thomas B. Allen investigou essa história por muito tempo, sempre procurando uma prova de que ela realmente aconteceu e, o mais importante, com quem ela aconteceu. Ele realizou uma série de entrevistas, até chegar ao padre Walter Halloran, que foi quem lhe entregou uma cópia do diário escrito por outro padre, Raymond J. Bishop, um dos padres que acompanharam o caso de Robbie Mannheim – nome fictício usado para proteger a verdadeira identidade da vítima.

Em posse do diário, Thomas B. Allen começa a escrever seu livro, onde conta com detalhes tudo o que ele leu, desde os primeiros dias em que Robbie, incentivado por sua tia Harriet, começa a brincar com a tábua Ouija – um tabuleiro usado para se comunicar com espíritos –, até o começo de suas crises e, mais tarde, o contato com o padre Bowdern e o início do primeiro de muitos rituais de exorcismo para libertar Robbie.

A história é dividida em 14 capítulos e é narrada de forma progressiva. Na primeira parte, o autor conta toda a história de Robbie como se fosse um romance. Na segunda parte, há a cópia transcrita do diário escrito pelo padre Raymond J. Bishop, com as datas exatas e tudo o que aconteceu nesses dias. Aí o texto já não tem mais a estrutura de romance, mas de registros.

No caso de Robbie, a possessão aconteceu por causa de suas brincadeiras com a tábua Ouija que, para os entendidos do assunto, é uma das principais portas de entrada para o mal.

Tábua Ouija

Depois da morte de sua tia, o garoto começa a ouvir sons e a se comportar de maneira estranha.

Quando sua família foi em busca de ajuda, a primeira hipótese era a de que estavam lidando com um simples caso de Poltergeist – fantasma –, até que, além de objetos e móveis se movendo sozinhos no quarto de Robbie, marcas e arranhões começaram a aparecer por todo o seu corpo e ele perdeu completamente o controle de si, fazendo e dizendo coisas terríveis.

Passaram-se muitos dias – e muitos padres – até todos se convencerem que, de fato, Robbie estava possuído e necessitava de um exorcismo.

O problema é que os padres, por mais que estivessem estudado sobre possessões, não estavam preparados para a magnitude do mal que iriam enfrentar. Quanto mais o tempo passava, mais a criatura demoníaca que tomava conta de Robbie parecia ganhar força e zombava deles.

“Um exorcista tem que tocar o mal, respirá-lo, se concentrar nele. Um padre se vê como um ser vivo trabalhando ao lado de Deus. Para agir contra o diabo, um exorcista penetra nas sombras profundas e tateantes do mal. Quando ele aparece, os demônios focam o mal nele. O padre exorcista, apesar de se considerar um agente do bem auxiliado pelo Deus todo-poderoso, se vê ao mesmo tempo como um mero humano sendo posto à prova contra um inimigo imponente e com longa experiência em perpetrar a maldade”.


Foram necessárias várias semanas de esforço da equipe liderada pelo padre Bowdern para que, finalmente, conseguissem expulsar o mal de Robbie e deixar o garoto em paz.



Como eu já mencionei na resenha, este livro não é um romance baseado em fatos reais. Na verdade, é um dossiê repleto de detalhes sobre a possessão de um garoto ocorrida no ano de 1949.

Não é uma história de terror, mas devo dizer que, para quem tem medo desse tipo de livro/filme/assunto, talvez seja melhor manter distância, pois os registros do diário são bem detalhistas quanto ao comportamento de Robbie, detalhando tudo o que ele diz e faz. Sinceramente, não é algo muito bonito de se ler, dá até uma certa angústia, mas obviamente que minha curiosidade foi maior e fui guerreira para chegar ao fim do livro... rs.

Enfim, se você é uma pessoa curiosa e, como eu, tem interesse nesse tipo de assunto, Exorcismo é um livro mais que recomendado. 





Inquebrável - Kami Garcia

Título original: Unbreakable
Autora: Kami Garcia
Editora: Galera Record
Série: Legião - livro 1
Páginas: 288

"Ao pé da minha cama, uma garota flutuava no ar sobre o corpo de Elvis. Pálida e magra, com o rosto desfigurado por contusões e cortes, e o cabelo louro caindo em cachos embaraçados. Pés descalços pendiam sob a camisola branca. Era a garota do cemitério. Os olhos vermelhos encontraram os meus, petrificados em um instante de puro terror. O pescoço da garota tinha duas marcas roxas, impressões perfeitas das mãos que deviam tê-la matado."


Kennedy tem 17 anos e mora apenas com sua mãe e seu gato, Elvis. Seu pai fora embora sem explicação nenhuma quando ela ainda tinha 5 anos de idade. Desde então, mãe e filha, apesar de nunca terem superado o abandono, permaneceram unidas e fizeram tudo para prosseguir.
A história começa com nossa protagonista correndo atrás de seu gato numa noite qualquer. Enquanto o procura, ela acaba indo parar no cemitério da cidade, onde encontra não apenas o gato, como também um fantasma, o que lhe traz graves consequências, pois, sem que ela perceba, o fantasma possui seu gato e, na primeira oportunidade, mata sua mãe – nem me briguem, isso não é spoiler.
Um mês depois, quando Kennedy está encaixotando suas coisas para deixar a casa e ir para um colégio interno, ela quase teve a mesma sorte de sua mãe. O pior só não aconteceu porque sua casa foi invadida pelos gêmeos Jared e Lukas, que a salvam a tempo, eliminando o fantasma.
Devastada pela perda da mãe e sozinha, Kennedy percebe que uma vida normal não será mais possível, pois ela descobre que é descendente de um membro que fazia parte de uma sociedade secreta de caçadores de demônios, cuja missão era destruir o poderoso demônio Andras - que é capaz de controlar espíritos vingativos e fazer coisas terríveis -, que tem a intenção de se libertar muito em breve.
O problema é que Kennedy não faz ideia de como caçar um demônio e nem sabia que isso era possível até algumas páginas atrás. Ela não conhece nada sobre isso, nunca foi treinada e não sabe nem pra que lado correr quando eles aparecem. Sua única habilidade é sua memória fotográfica, para a qual, felizmente, ela encontra um bom uso no futuro.
A trama se desenvolve em torno de um engenho misterioso, cujas peças estão espalhadas em vários lugares diferentes e, para poderem montar esse engenho, eles precisam tomar as peças de terríveis espíritos vingativos. Durante o processo, Kennedy também vai aprendendo as táticas de guerra contra o sobrenatural e como ser um membro da Legião à qual ela pertence.

Já começo dizendo que é impossível ler este livro e não ser remetido à série de tv Supernatural, justamente pelo tema. Mas toda história sobre caçadores de demônios/fantasmas acaba tendo elementos muito parecidos, assim como acontece com as histórias sobre anjos/vampiros/lobisomens/fadas e por aí vai. Então, passada essa impressão de Supernatural, tenho que dizer que sim, eu adorei o livro!
A narrativa flui depressa e cheia de ação, sem perder tempo com coisinhas fofas. Uma vez que Kennedy adentra esse mundo da Legião, começa uma corrida contra o tempo para parar o demônio.
Claro, como já é de se esperar, há aquele amor instantâneo e o triângulo amoroso característicos de todo livro YA, mas nada fora do normal. Não me ative muito a isso e foquei mais nos fantasmas que, tenho que dizer, foram muito convincentes!
Apesar da presença da fórmula YA, a história agrada bastante e termina com um fim bem satisfatório e me faz querer ler a sequência – que, aliás, já comecei e estou gostando!

Então sim, eu recomendo muito esse livro!


A casa assombrada - John Boyne

Título original: This house is haunted
Autor: John Boyne
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 296
Terror



”Havia uma presença naquela casa, alguma coisa profana; uma noção que eu antes desprezara como fantasia tomou conta de mim e me disse que aquela era a verdade.”




Inglaterra, 1867.

Eliza Caine tem 21 anos e é professora em uma escola só para meninas. Sua mãe á morreu há muitos anos e ela mora apenas com o pai doente numa casa muito modesta.  
Numa noite fria e chuvosa, o pai de Eliza insiste para que ela o acompanhe até uma livraria onde Charles Dickens – de quem ele é fã número 1 – estará em pessoa para a leitura de um de seus contos.  Eliza teme pela saúde de seu pai, mas como não consegue fazê-lo mudar de ideia, acaba por acompanhá-lo.
Como ela temia, a doença de seu pai se agravou muito e ele acabou por falecer.
Triste e sozinha, sem nenhum parente vivo, amigos ou um amor, Eliza resolve que precisa ir embora para outro lugar. Decidida, começa a ler os jornais à procura de um novo emprego. Felizmente a oportunidade não demora a aparecer. Há um anúncio sobre uma vaga para Governanta e Tutora para crianças no condado de Norfolk.
Interessada, Eliza escreve para o endereço do anúncio falando sobre sua experiência com crianças e seu interesse pelo emprego. Para sua surpresa, dois dias depois chega a resposta dizendo que ela já estava contratada e deveria partir o mais rápido possível para começar.
Assim ela parte para sua nova casa e sua nova família, cheia de expectativas e esperanças de ter uma vida melhor.
Ao descer do trem na estação, é recebida por Heckling, um empregado da casa onde ela irá trabalhar. Ele é ranzinza e de poucas palavras, por isso Eliza não consegue mais informações sobre a casa e a família.
Já desconfiada por causa de algumas coisas, Eliza fica chocada quando chega à casa e descobre que as duas crianças, Isabella e Eustace, estão sozinhas e sem a supervisão de nenhum adulto. Onde estariam seus pais?
Todos na casa, empregados e as crianças, evitam a falar com Eliza sobre onde estão seus pais ou por quê os dois ficam sozinhos lá sem mais ninguém. E para piorar, quando Eliza sai da casa para conhecer a região, toda vez que ela conta que é a nova governanta na casa dos Bennet, as pessoas ficam assustadas e se apressam para sair de perto dela. Até mesmo o advogado responsável pela administração do lugar e do dinheiro da família evita falar com ela, sempre dando desculpas para não vê-la ou não responder às suas perguntas.
Infelizmente, leva certo tempo para que ela descubra que as crianças não estão de fato sozinhas e que há uma presença naquela casa. Coisas muito estranhas e perigosas estão acontecendo e ela não tem ideia do que seja ou porque acontece. No entanto, quando descobre, não se deixa abater e faz de tudo para proteger as crianças e descobrir o que de fato desencadeou todos os tormentos daquele lugar.

A casa assombrada, apesar de ser um livro novo, se passa no século 18 e, para mim, o problema foi exatamente esse. É uma história de terror, sim, mas uma história de terror escrita para aquela época, não para os dias de hoje.
Por isso me decepcionei, pois a história não chega a ser assustadora de fato.
Assim, apesar da ótima escrita de John Boyne e de sua história de terror perfeita para a época de 1800, o livro não me ganhou. Nenhum arrepio, nenhum susto, nenhum medinho... Nada.

Pra quem gosta desse tipo de história, vai adorar, mas quem gosta de um terror mais elaborado e quer morrer de medo, melhor fugir desse livro.

Nevermore - Kelly Creagh

Título original: Nevermore
Autora: Kelly Creagh
Editora: Pandorga
Trilogia: Livro 1
Páginas: 448
Sinopse: A líder de torcida Isobel Lanley fica horrorizada quando descobre que seu parceiro para o projeto de inglês é Varen Nethers e que o projeto deve ser entregue — tão injusto — no dia do jogo contra o rival do colégio. Frio e indiferente, cínico e com a língua afiada, Varen deixa claro que ele também preferia não ter que estudar com ela. Porém, quando Isobel descobre um texto estranho escrito no diário de Varen, acaba vendo com outros olhos esse enigmático garoto de olhar expressivo. Logo Isobel começa a inventar desculpas para poder encontrar Varen. Afastando-se cada vez mais de seus amigos e do namorado possessivo, Isobel entra mais fundo no mundo de sonhos que Varen criou nas páginas de seu diário, um mundo onde as aterradoras histórias de Edgar Allan Poe ganham vida. Enquanto seu mundo começa a desmoronar ao seu redor, Isobel descobre que os sonhos, assim como as palavras, têm mais poder do que ela imaginava, e que as realidades mais assustadoras são aquelas criadas pela mente. Agora ela precisa encontrar uma maneira de chegar a Varen antes que ele seja consumido pelas sombras de seus próprios pesadelos. A vida dele depende disso.


O livro começa com um prólogo meio estranho que, mais tarde, vamos entender que é um trecho de um dos textos de Edgar Allan Poe, que fará todo o sentido no decorrer da leitura.

Conheçamos nossa protagonista, Isobel Lanley. Ela tem dezesseis anos e é a típica garota popular da escola: linda, líder de torcida, namorada de um dos melhores jogadores do time de basquete - Brad -, inalcançável para os demais reles garotos e invejada pelas meninas que não fazem parte do seu círculo de amizades – e, talvez, também pelas que fazem.

Sua vida era perfeita, até que o professor de inglês a escolhe para fazer um projeto em dupla, muito importante, em parceria com o garoto mais esquisito da escola: Varen Nethers.  (Que raio de nome é esse?)

Varen é um garoto gótico, só anda de preto, tem um piercing no lábio inferior e anda pra cima e pra baixo com um caderno preto onde está sempre rabiscando alguma coisa. Sempre fez de tudo para passar despercebido na escola e não se misturar, o que contribuiu para que ele fosse mais ainda tachado de esquisito e doido.

Vendo que não há maneira de trocar de parceiro e nem de ficar sem concluir o projeto, Isobel vai até ele para que se programem e decidam sobre como farão juntos esse trabalho.
Varen decide que o projeto deles será sobre Edgar Allan Poe e é aí que a loucura toda começa na vida dos dois.

Enquanto vamos avançando na leitura, percebemos que a vida de Varen é um mistério e que coisas estranhas acontecem ao seu redor. E menos nós conseguimos entendê-lo. Mas isso não é ruim, faz parte da trama e tem um motivo.

Quanto mais tempo Isobel passa com Varen, mais ela se sente atraída por ele, de uma maneira que não sabe explicar. Isso faz com que ela termine seu namoro, abandone seus amigos, saia do time das líderes de torcida e abandone tudo para poder encontrar-se com ele e tentar entender o que está acontecendo entre eles.

Fazendo o projeto, à medida que eles vão se aprofundando em suas pesquisas e descobrindo mais sobre Poe, coisas muito estranhas e macabras começam a acontecer. Isobel começa a ser assombrada, perseguida por um corvo tenebroso e a ter sonhos nos quais espíritos falam com ela através de enigmas.

No começo ela não conta isso pra ninguém, mas depois, antes que fique louca, ela decide que vai contar para Varen. No entanto, tantas coisas acontecem, tanto na vida real de Isobel quanto nesse mundo estranho que ela visita nos sonhos, que ele acaba sumindo e ela vai à sua procura numa festa onde eles supostamente deveriam se encontrar. Com a ajuda de Gwen, sua nova amiga, Isobel se infiltra na festa e é ali que ela descobre que seus maiores medos são reais. 

Por algum motivo que ela não sabe explicar, ela agora está com o pé em dois mundos: o real e o mundo das almas perdidas. Ambos os mundos parecem estar se fundido e ela precisa encontrar uma porta através da qual ela poderá tentar impedir que isso aconteça. Mas ela também precisa encontrar Varen, o que a coloca numa frenética corrida contra o tempo.

Eu não sabia o que esperar quando recebi Nevermore, tanto que demorei um pouco para resolver lê-lo. Eu achava que era um romance sobrenatural e não estava errada de todo, mas descobri que também é um livro de terror. Sim, com assombrações, sombras, florestas macabras, poltergeists e acontecimentos estranhos. Uma história com um clima bem tétrico.

Fui me envolvendo aos poucos, às vezes achando as coisas meio confusas, mas depois descobrindo o porquê de cada uma delas.

Nevermore é, sem dúvida, uma surpresa. Um livro de terror bem-escrito, rico em informações sobre Edgar Allan Poe, misturando literatura e ficção.

E o mais gostoso de tudo isso foi que essa história reacendeu em mim a antiga paixão que eu tinha por Poe, me deixando com vontade de terminar de ler as suas obras.

Se você gosta de terror e suspense, indico!

O segundo volume da série, Enshadowed, deverá ser lançado aqui pela Pandorga muito em breve.






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Guerra mundial Z - Max Brooks

Título original: World War Z
Autor: Max Brooks
Editora: Rocco
Páginas: 368
Sinopse: Com Guerra Mundial Z, o norte-americano Max Brooks faz uma paródia dos guias de sobrevivência convencionais e expõe a paranoia coletiva que tomou conta do mundo, em especial dos Estados Unidos, na era Bush. No livro, que dá continuidade ao bem-sucedido O guia de sobrevivência aos zumbis, o autor adota um tom científico nas pretensas entrevistas que conduziu com os sobreviventes do ataque que quase extinguiu a humanidade. O narrador de Brooks é um integrante da comissão da ONU encarregado de elaborar o relatório sobre o assustador conflito que quase aniquilou o planeta. Da identificação do paciente zero, contaminado nas ruínas de Dachang, na China, até Mary Jô Miller, a arquiteta de elite que pode pagar para se proteger, passando pelo depoimento de um soldado da infantaria que lutou no conflito, nada escapa à verve do autor. Irônico, Brooks destaca ainda o quanto os homens são ingênuos em achar que podem se defender de pragas e criaturas alienígenas. Governos corruptos e com interesses eleitoreiros podem destruir qualquer Departamento de Defesa, ou conduzi-lo para o front errado. O autor mostra ainda como as sociedades desmoronaram e foram forçadas a se reorganizar após o colapso das instituições que as mantinham, levando as pessoas a atos extremos de heroísmo e altruísmo, bem como de egoísmo e mesquinhez. Além de recorrer ao fantástico para traçar um painel das reações humanas diante de crises e tragédias inexplicáveis, Brooks tece comentários ácidos sobre temas diversos como o autoritarismo na China e na União Soviética; a falsificação de relatórios de inteligência por parte do governo dos Estados Unidos para justificar a invasão ao Iraque em 2003; o impacto social e ambiental de grandes empreendimentos como a represa de Três Gargantas, na China; a opressão imposta por regimes fundamentalistas, como o talibã no Afeganistão e o tráfico internacional de órgãos, envolvendo países como o Brasil.

Um integrante da comissão da ONU foi encarregado de elaborar um relatório sobre a guerra contra os zumbis que tornou-se uma espécie de terceira guerra mundial, com a diferença de que não eram alguns países contra os outros, mas sim todos juntos contra as estranhas criaturas em que se tornaram os seres humanos.

Diferente dos livros aos quais já estamos acostumados, este não tem uma narrativa comum. Cada episódio é, na verdade, uma entrevista como uma pessoa diferente com quem o integrante conversa para poder anexar os relatos ao seu relatório final.

Sendo assim, temos muitos pontos de vista diferentes sob um mesmo acontecimento.
Alguns dos entrevistados juram que foi a ira de um ou mais deuses; outros, que foi uma conspiração que não deu certo; outros, que foi um ataque do governo.

A verdade é que ninguém sabe ao certo como isso tudo começou. A única coisa que souberam, foi a respeito do paciente zero, um garoto chinês de 12 anos que aparentemente fora mordido por alguma coisa enquanto pescava com seu pai. Mas o que foi que o mordeu? Ninguém sabe. Por causa disso, a maior suspeita é de que o surto que, a princípio, todos achavam que era algum tipo de surto de Raiva, começara na China. No entanto, de acordo com informações de alguns entrevistados, ninguém sabe ao certo onde foi, porque em cada país o start se deu de maneira diferente, levando o mundo às mais variadas suspeitas e teorias.

Porém, de uma forma velada, vemos no texto que o autor dá a entender que a culpa disso é, na verdade, da nossa sociedade. Uma sociedade que não se importa com o futuro, que dá mais importância ao ter e ao agora, e que, por causa disso, usufrui do que bem entende, sem se preocupar com o meio ambiente, a poluição ou com que rumo tomará o planeta se alguma coisa não for feita – e rápido.
O vírus certamente foi o resultado de todo esse desleixo, algo que criou força e atacou quem antes vinha atacando.

Enfim, o mundo fora tomado por esse horror e a humanidade estava sendo extinta numa velocidade incrível. Todos se defendiam – ou tentavam – como podiam. Com o tempo e o desespero, descobriu-se que podiam matar os zumbis se lhe arrancassem a cabeça. O cérebro deveria ser atingido para que eles morressem de uma vez – mas só pra garantir, eles queimavam o corpo e a cabeça também.
Depois, nos países mais frios, eles perceberam que eles congelavam, então, quem conseguiu sobreviver, tentava fugir para esses lugares.

Aos poucos, depois de muitos anos, o que sobrou da humanidade estava, bem devagar, começando a perceber que seria possível contê-los de alguma forma. Mas isso levaria muito tempo e não saberiam ao certo como fazer.

Segundo as informações obtidas pelo representante da ONU, Cuba foi um dos países que conseguiu fechar suas fronteiras e, de alguma forma, se livrar dos zumbis de uma vez por todas.
Eu imaginava que esse livro teria uma narrativa “normal” e que seria uma história tendo começo, meio e fim. Mas, como já deu pra vocês perceberem, não é.

O que não nos livra de passagens bem nojentas, de cenas de horror descritas nos mínimos detalhes. Foi duro de chegar ao fim, mas eu venci! Ahahaha. Creio que não seja um livro para qualquer pessoa. É o primeiro do gênero que eu leio e, talvez, o último. Li para poder participar do Desafio Realmente Desafiante. E realmente foi um desafio.

Também li porque eu queria ver o filme, mas não antes ser ler a história.
Aliás, falando sobre o filme, este sim tem começo, meio e quase que um fim. Até que gostei, achei legal, mas não achei melhor que o livro. Acho que são iguais. – Não muito bons, na minha opinião.

O filme tem ação e deixa a gente em agonia muitas vezes, com aquele bando de vampiros superdotados e bem diferentes dos que são descritos no livro.

Enfim, segue abaixo o trailer.









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