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Sonata em Auschwitz - Luize Valente

Título: Sonata em Auschwitz
Autora: Luize Valente
Editora: Record
Páginas: 378 

"Do meio daqueles homens nus, com rostos chupados e nádegas murchas, os guardas me arrancaram. Para onde me mandaram ficou o resto da minha alma, onde viver era perder-se de si próprio. Quando abríamos as portas das câmaras de gás, havia merda por todo lado. O medo faz o ser humano defecar. Havia também vômito e paredes arranhadas com sangue dos dedos esfolados no cimento. Crianças e velhos formavam massas disformes, coladas, na base da pilha de corpos - pedaços, como os guardas costumavam nominá-los. Eles povoam minha memória impregnados de odores."


Amália, assim como seus pais, é portuguesa, mas seus avós por parte de pai - que ela vira uma única vez na vida, quando era muito pequena - eram alemães. Ela sempre soube que seus avós estavam vivos, mas, por algum motivo, seu pai cortara relações com eles e proibiu-a de procurar procurá-los.
Um dia, ao chegar à casa de seus pais sem ser percebida, ela pega o telefone para ligar para um amigo. Quando coloca o fone no ouvido, ela percebe a voz de seu pai conversando com uma mulher. Não demora muito para que ela perceba que essa mulher é sua avó. Em silêncio, ela continua a ouvir a conversa dos dois e descobre que tem uma bisavó chamada Frida que está prestes a morrer e pede para ver Hermann, pai de Amália, antes que seja tarde demais. Hermann, por sua vez, diz a sua mãe que ele não vai e que o telefonema havia sido um erro e desliga o telefone. Ele não tinha nada mais a ver com eles.

Porém, antes que seu pai desligasse o telefone, a avó de Amália havia dito a Hermann o telefone Frida e Amália, sem saber por quê, acaba anotando. Depois, ao invés de procurar pelo pai, ela acaba indo embora.

Embora ela sempre se perguntasse o que havia acontecido entre Hermann e sua família, ela nunca conseguiu descobrir, pois era proibido tocar nesse assunto com seu pai. Agora que descobrira que tinha uma bisavó – não por muito tempo –, ela sentia mais urgência ainda em saber dos acontecimentos que levaram o pai a romper com a família e renegar o sangue alemão. Depois de algum tempo de reflexão, ela mesma acaba ligando para Frida e se apresentando, deixando marcada uma visita para os próximos dias.

Ao encontrar-se pessoalmente com Frida, esta lhe diz que há um segredo sobre o passado de sua família que precisa ser revelado antes que ela morra, e é assim que começamos a descobrir a história da família de Amália, que começara nos anos da Segunda Guerra, sob a terrível destruição de Hitler.



Eu sou completamente apaixonada por histórias que se passam durante a guerra, não me perguntem o motivo, porque eu também não sei.

Quando li a sinopse de Sonata em Auschwitz, eu sabia que iria chorar durante a leitura, mas solicitei mesmo assim. E chorei. Chorei muito.

A história narrada por Luize Valente é ficcional, mas os fatos relatados aqui não, são históricos. O horror e o sofrimento da Segunda Guerra foram muito, muito reais. Aliás, são até hoje e, apesar de tantos livros, filmes e documentários que já li e vi a respeito, ainda assim, eu não consigo sequer imaginar como foi passar por isso. A única coisa que eu consigo fazer é chorar.

A história da família de Amália é uma história linda, que fala de tristeza e morte, mas também fala de vida. E é justamente dessa vida que nasce uma sonata, em plena guerra. E esta sonata que dá nome ao livro e é mencionada várias vezes no decorrer da história, pode ser ouvida aqui.


Sonata em Auschwitz é um livro tocante que nos ensina muitos valores e, o mais importante, também nos ensina que, mesmo depois da destruição, ainda é possível recomeçar.





Uma semana de inverno - Maeve Binchy

Título original: A week in winter
Autora: Maeve Binchy
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 362


“Não podia estar terminado. Não o que eles tinham. Ela implorou e suplicou; mudaria qualquer coisa que estivesse fazendo errado.Interminavelmente paciente, ele lhe garantiu que não era culpa de ninguém. Era o que acontecia – o amor florescia, o amor morria. Era triste, claro, essas coisas sempre eram.”


Sinopse: Quando Chicky Starr decide restaurar a velha Casa de Pedra, situada no alto de um penhasco na costa oeste da Irlanda, e transformá-la em um hotel, todos pensam que ela enlouqueceu. Mas, com uma reforma para proporcionar à casa lareiras, quartos elegantes e uma aconchegante cozinha, não demora muito para Chicky estar pronta para receber seu improvável primeiro grupo de hóspedes.Winnie e Lillian não se dão bem, mas se veem forçadas a passar férias juntas; John, astro de filmes norte-americanos, pensa que chegou despercebido; o casal de médicos Nicola e Henry, estão fartos das mortes que presenciaram; Anders odeia ter que herdar os negócios do pai, mas possui um talento nato para a música; a Srta. Howe, uma gélida professora aposentada, parece não gostar de nada; os Wall estão desapontados por terem ficado apenas com o segundo lugar em um concurso valendo uma viagem a Paris; e Freda, a bibliotecária, está com medo dos próprios dons psíquicos. Dividir “Uma Semana de Inverno” com personagens tão envolventes e improváveis será puro deleite.


Boa noite, turma, tudo bem?
Hoje trago mais um vídeo por aqui. Agora, a resenha de um livro muito gostosinho de ser lido e que eu não queria que acabasse. Espero que vocês gostem. Eu recomendo a leitura pra todo mundo!





Queria saber uma coisa: Vocês preferem resenhas escritas ou em vídeo? Eu estou querendo fazer mais vídeo resenhas pro blog, mas não sei se as pessoas iriam gostar. Por favor, me contem nos comentários o que vocês preferem, por favor. Obrigada!



O clube de leitura de Jane Austen - Karen Joy Fowler

Título original: The Jane Austen book club
Autora: Karen Joy Fowler
Editora: Rocco
Páginas: 320


"O que os livros tinham de bom era a resistência da palavra escrita. A pessoa podia mudar, e sua leitura talvez mudasse como resultado disso, mas o livro permanecia o que sempre havia sido."


Neste livro, Karen Joy Fowler nos oferece o deleite de conhecer a vida de seis membros de um clube do livro: Jocelyn (apaixonada por cachorros), sua melhor amiga desde a infância, Sílvia, e a filha Allegra (uma artista lésbica de 30 anos), Prudie (uma moça de 28 anos, professora de Francês), a falante Bernadete (a mais velha, com 67 anos) e o único homem, Grigg Harris, solteiro, 40 e poucos anos, novo no bairro e que nunca havia lido nenhuma obra de Jane Austen antes. (Ufa! Esse era o personagem de quem eu tinha mais coisas pra contar...rsrs)
Mês a mês, nosso grupo singular se reúne na casa de um deles para que possam discutir sobre o livro da vez – de Jane, é claro – e, enquanto acontece a discussão, a autora nos leva para pequenas viagens ao passado dos personagens – principalmente de Sílvia e Jocelyn –, para que possamos conhecer mais sobre eles e sobre os acontecimentos que fizeram com que se tornassem as pessoas que são agora.
E assim seguem os encontros, onde ora os personagens discutem sobre o livro, ora a história nos leva ao passado de um deles, depois nos traz ao presente de novo, mostrando, às vezes, a semelhança deles com certos personagens de Austen e, pouco a pouco, revelando a fascinante história de Grigg.
A maior parte do encanto está nas próprias discussões sobre os já mencionados personagens de Austen, suas verdadeiras e desconhecidas intenções ao escrever determinado romance, e as próprias situações, pequenos desentendimentos e discussões entre os membros do clube.

Esta é a primeira vez que leio algo de Karen Joy Fowler e tenho que dizer que me deliciei com a escrita da autora. Sua narrativa é leve e divertida e, vez ou outra, eu me pegava rindo da maneira que ela usava para descrever determinadas situações e pessoas.

Minha personagem preferida é Jocelyn, que sempre tenta, do seu jeito, cuidar das pessoas com quem se importa e fazer com que fiquem/sintam-se felizes. Ri muito com seus comentários também.

Recomendo muito para quem gosta de uma leitura leve e descontraída. :)





Apesar de talvez a maioria já saber, já existe um filme (há uns bons anos) baseado no livro. Fica aqui o trailer:





O par perfeito - Nora Roberts

Título original: The perfect Hope
Autora: Nora Roberts
Editora: Arqueiro
Trilogia: A pousada - livro 3
Páginas: 309

“Um ano antes, Hope vivia satisfeita com a própria vida, encarava novos desafios no emprego e se sentia em casa no Wickham. Porém, nos últimos meses, percebera que, em Boonsboro, não se sentia apenas satisfeita, mas feliz. A pousada não era só uma casa, mas um lar.” 


Ryder Montgomey e Hope Beaumont, desde que se conheceram, não se deram muito bem e vivem trocando farpas quando se encontram.

Ele é um homem de poucas palavras – muitas delas sarcásticas – quando o assunto é Hope. Ela é uma mulher da cidade grande que se mudou para Boonsboro e acabou sendo contratada pela mãe de Ryder para ser a gerente da nova pousada deles. Para ela, Ryder, apesar de ser lindo, é o mais ranzinza dos irmãos Montgomery. Pelo menos era assim que eles se viam, até este livro.

E então, depois de um beijo arrebatador, alguma coisa mudou em ambos e eles simplesmente não podiam mais sair um do pensamento do outro. Por esse motivo, Hope procura por Ryder e faz a ele uma pergunta muito direta e ele, depois de um dia considerando, lhe dá sua resposta.

A partir daí, ambos começam a se encontrar casualmente, sempre afirmando que não estavam namorando, eram apenas dois adultos curtindo juntos. Mas é claro que Clare, Avery e a família de Ryder não veem a coisa desse jeito. Para eles, os dois estão apaixonadíssimos e só eles é que não percebem.

Com o passar do tempo, tanto Ryder quanto Hope começam a se conhecer melhor e perceber traços na personalidade um do outro que os fazem perceber o quanto se engaram a respeito de si.

Enquanto tudo isso acontece, não podemos nos esquecer de Lizzy, é claro. Ela é o fantasma residente na pousada. Com o tempo, ela foi se familiarizando com os Montgomery e com as amigas, permitindo que percebessem quando ela está por perto e até mesmo os ajudando quando era necessário. Para retribuir o favor, todos eles decidiram tentar descobrir quem ela era e tentar ajudá-la. Por algum motivo, ela se afeiçoou muito a Hope e se ligou mais a ela, de modo que Hope é que mais se dedica a essa tarefa.

E o que eles acabam descobrindo é de emocionar todo mundo.


Mal terminei de ler a trilogia e já sinto uma saudade imensa dos personagens e de todo o clima que permeia a cidade de Boonsboro. <3

Os laços de amizade neste último livro são tão lindos, tão unidos, que foi de encher os olhos ler sobre isso. Avery, Clare e hope são melhores amigas há muitos anos e adoram ter aquelas conversas de coração pra coração que toda mulher precisa fazer de vez em sempre. Elas contam tudo uma pra outra e falam sobre tudo, desde a gravidez de Clare, até sexo, carreira e todo o resto. E elas também são muito amigas de sua sogra, Justine, que é uma mulher justa e tem uma vivacidade de dar inveja.
  
Beckett, Owen e Ryder, os irmãos Montgomey, também são grandes melhores amigos e, assim como as meninas, conversam sobre tudo e contam tudo um ao outro, e quase sempre brigam depois porque eles simplesmente não podem perder de fazer a piada, nunca!

Enfim, a trilogia A Pousada é cheia de amor e de magia, e é impossível não se deixar envolver por uma história tão fofa, mesmo tendo tantos clichês. E o fato de tanto Boonsboro quando os pontos comerciais citados nos livros (e que são todos da Nora, diga-se de passagem) serem lugares reais só deixa tudo mais legal ainda e faz a gente querer sair correndo pra comprar as passagens e ir direto pra lá. (Para saberem mais sobre isso, podem ler a resenha do primeiro livro da trilogia, onde eu falo sobre a cidade e a pousada de Nora Roberts).

Se você gosta de romance, é imprescindível que leia essa trilogia.


Recomendo muito!




Livros da trilogia:

3. O par perfeito

A livraria mágica de Paris - Nina George

Título original: The little Paris Bookshop
Autora: Nina George
Editora: Record
Páginas: 308


“– Os livros podem fazer muitas coisas, mas não tudo. As coisas mais importantes a gente deve viver. Não ler. Preciso… vivenciar meu livro”.



Jean Perdu é um homem com seus cinquenta e poucos anos de idade, dono de uma livraria – que fica num barco! – no centro de Paris, cujo nome é Farmácia Literária. E a originalidade não termina aí. Ele possui um dom: consegue ler as pessoas de uma maneira tão profunda, que sabe indicar com exatidão o livro que a fará se sentir melhor naquela hora e mudar a sua vida. Assim, da mesma maneira que um médico diagnostica uma pessoa doente e lhe receita remédios, Jean diagnostica a alma doente e lhe receita um livro.
No seu dia-a-dia ele vê e conversa com muitas pessoas – sem contato físico, por favor! –, mas é no interior de seu apartamento que descobrimos o quanto ele é – e se sente – solitário.
Há 20 anos, Manon, a mulher que ele amou de todo o seu coração, abandonou-o sem dar explicação nenhuma. Pouco tempo depois ela lhe enviara uma carta, mas Jean nunca se sentiu preparado para saber o motivo de sua partida, de modos que duas décadas se passaram e aquele envelope permaneceu trancado em uma gaveta de uma mesa esquecida.
Até que Catherine, sua nova vizinha, aparece na história e convence-o de que ele deveria ler a carta, para que o passado não pudesse mais dominar a sua vida.
O conteúdo da carta teve um efeito tão devastador sobre a vida de Jean que ele sentiu que sufocaria naquele lugar. Assim, deu a partida em seu barco-farmácia-livraria e seguiu pelas águas do rio Siena, sem rumo, levando consigo uma companhia de última hora: o jovem escritor Max, que vinha sofrendo de um bloqueio criativo e necessitava desesperadamente de uma aventura para reencontrar a sua inspiração.
E o que começou como uma busca para uma cura acabou por se tornar uma incrível jornada de grandes descobertas para dentro de si mesmo.


A livraria mágica de Paris é, sobretudo, um livro sobre livros, mas também é muito mais do que isso. Relacionamentos há muito perdidos e lembrados, culpa, perdão, amizade, seguir em frente, pessoas, animais, vinhos... tudo isso tem lugar nesse livro tão pequeno que traz dentro de si uma imensidão.
Com ele eu pude viajar pelo interior de Paris, ao longo do Sena, até vários outros vilarejos descritos tão rica e detalhadamente, que pareciam saídos da tela de um pintor. A ideia da autora de escrever sobre uma farmácia literária foi ao mesmo tempo brilhante e cativante, fazendo com que todo amante de livros se deleite pelas prateleiras e indicações de Jean. 
A história da amizade que nasce e se fortalece entre Jean e Max é tão ricamente contada, que se torna impossível para o leitor não se ver no meio dessa jornada, especialmente guiado por uma narrativa tão repleta de poesia.
É o primeiro livro de Nina George que eu leio, mas certamente não será o último. A beleza da escrita dessa mulher me conquistou de uma maneira que há muito não me acontecia.
Mais do que uma aventura lindamente contada, A livraria mágica de Paris é um livro para almas sensíveis e para os apaixonados por livros. Recomendo!



A garota italiana - Lucinda Riley

Título original: The italian girl
Autora: Lucinda Riley
Editora: Arqueiro
Páginas: 464


"O amor é uma espécie de vício. É preciso suportar um período de abstinência e não se punir por de vez em quando pensar que nunca vai passar." 


Rosanna Menici é uma menina de 11 anos que vive com seus pais em Nápoles, Itália, e trabalha na pizzaria da família. Ela tem um talento extraordinário para cantar, mesmo sem nunca ter aprendido técnica nenhuma, mas não é incentivada a desenvolver esse dom, pois o que importa mesmo é que ela ajude na pizzaria. Ninguém, com exceção de Luca, seu irmão, presta muita atenção a Rosanna. Todas as atenções de seus pais são voltadas para Carlotta, sua irmã mais velha, cujo maior dom é a beleza que chama a atenção de todos. Sabendo da preferência dos pais por si, Carlotta aproveita e faz tudo o que quer, e raramente é chamada para trabalhar na pizzaria, pois o único trabalho que os pais querem dela é que ela continue se mantendo linda para arranjar um bom casamento. Luca e Rosanna podem trabalhar pesado, não tem problema.
Certo dia, na celebração de aniversário de casamento de um casal de amigos, os pais de Rosanna pedem a ela para que cante a Ave Maria. Obedecendo, ela canta e leva todos às lágrimas, inclusive Roberto Rossini, filho do casal amigo dos pais de Rosanna, e um promissor cantor de ópera. Ele é jovem, lindo e tem um magnetismo que atrai multidões. Mesmo tendo apenas 11 anos, Rosanna, ao vê-lo, se apaixona perdidamente por ele e promete a si mesma que um dia se casará com aquele homem.
Depois de ouvi-la cantar, Roberto procura por sua família e diz que um talento daquele não pode ser desperdiçado. Assim, sugere que eles procurem por um professor – o mesmo que o preparou – de sua confiança e lhes dá o endereço. Rosanna fica pisando em nuvens ao ouvir isso, mas seus sonhos logo desmoronam quando, mais tarde, o pai lhe diz que não tem dinheiro para pagar as aulas e que aquilo era sem futuro, que o que ela tem mesmo que fazer é ajudar na pizzaria.
Inconformado com a situação, Luca decide que investirá todas as suas economias nas aulas da irmã. Ele a leva até a casa do professor e combina tudo com ele. Ela terá aulas de canto uma vez por semana, sem que seus pais saibam.
Cinco anos depois, Rosanna é a dona de uma das mais belas vozes que seu professor teve a oportunidade de ouvir. Ele considera seu trabalho concluído e diz que, dali pra frente, ela precisa frequentar a faculdade de música. Ao ouvir isso, ela lamenta e lhe diz que não seria possível, pois seu pai jamais arcaria com os custos de seus estudos. No entanto, seu professor já tinha tudo planejado: programou um pequeno recital em sua casa, para poucos amigos, para que ouvissem Rosanna e alguns de seus outros alunos. Dentre esses amigos, estava o diretor da faculdade de música de Milão, que, se gostasse dela, lhe daria uma bolsa de estudos integral.
O recital, claro, foi um sucesso e Rosanna conseguiu a bolsa. Assim, ficou acertado que ela se mudaria para Milão e Luca iria junto para lhe fazer companhia. É lá que ela tornará a se encontrar com Roberto Rossini e mudará sua vida para sempre.
A partir daí, temos uma história de amor obsessivo, ambição e traição.

Este foi o quarto livro de Lucinda Riley que eu li e o primeiro em que ela não conta duas histórias ao mesmo tempo, uma no presente e outra no passado.
A história é sobre Rosanna e todas as escolhas que ela fez em sua vida, bem como as consequências que sofreu por isso. Da primeira até a última página, é impossível deixar de notar o quanto ela cresceu e se transformou, ora para melhor, ora para pior.
Eu admirei muito a Rosanna mais jovem, aquela que era determinada e fazia tudo para alcançar seus objetivos. Porém, depois que reencontrou Roberto e realmente se apaixonou por ele, ela se tornou obsessiva, totalmente submissa às vontades dele, e desistiu de muita coisa, tudo para poder viver aquele amor. Por esse motivo, nem é preciso dizer o quanto odiei essa Rosanna adulta. Eu a xinguei por muitas e muitas páginas.
A trama também abrange uma história de amor secundária, a de Luca e Abi, a melhor amiga de Rosanna. Abi está perdidamente apaixonada por Luca e ele, apesar de corresponder aos sentimentos dela, está decidido a abrir mão disso pelo seu amor por Deus, pois seu objetivo é se tornar padre.
Apesar de eu não ter gostado tanto deste livro quanto gostei dos outros de Lucinda que eu já li – e amei todos! –, ainda assim eu gostei da leitura. O enredo tem vários elementos que a tornam interessante. Como eu disse anteriormente, tem amor, ambição, traição e personagens variados: uma menina talentosa e determinada que se transforma numa mulher fraca e submissa, cuja vida não se saiu tão bem quanto ela esperava; um homem egoísta, mulherengo e obcecado pelo amor que sente; uma milionária controladora capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer; e um rapaz que luta entre o amor por Deus e o amor da mulher de sua vida. Para terminar, o ingrediente principal: segredos. Muitos segredos.

Enfim, mesmo não sendo o melhor livro de Lucinda Riley pra mim, tenho que dizer que gostei bastante da leitura e que recomendo. :)

Outlander: Os tambores do Outono (parte 2) - Daiana Gabaldon

Título original: Outlander: drums of autumn
Autora: Diana Gabaldon
Editora: Arqueiro
Série: Outlander - livro 4 / parte 2
Páginas: 469


"Nunca perdemos os filhos. Não há como."


ATENÇÃO: Esta resenha contém spoilers para quem não leu os livros anteriores.


Agora que Jamie e Claire estão vivendo na Carolina do Norte, a vida dos dois parece ter alcançado o merecido sossego. Eles têm sua propriedade e seus animais para cuidar, e Claire tem seus pacientes que vêm de toda região. Tudo parece estar bem. Parece.
E aí temos Brianna e Roger. O casal sem graça. Brianna descobriu a data em que seus pais iriam morrer e sob que circunstâncias, então resolveu esperar a data certa para seguir até o círculo de pedras e passar por elas, para encontrar seus pais e avisá-los. Sem que Roger soubesse, é claro.
Mas Roger fica sabendo e acaba indo atrás de sua amada para protegê-la. Mas eles acabam se desencontrando e cada um acaba tendo sua aventura particular até chegar à Cordilheira dos Fraser e encontrar Claire e Jamie.
 
Eu esperei tanto por esse livro sair, achando que ele seria melhor que a segunda parte, mas me enganei. Foi tão chatinho quanto.
Aqui nós não temos grandes aventuras vividas por Claire e Jamie, o foco da história são Brianna e Roger.
É perfeitamente compreensível que a história tenha que focar esses dois também, afinal eles têm seu próprio romance e estavam numa época diferente, eu entendo isso. Só acho que as coisas entre eles poderiam ser melhores, mais bem desenvolvidas.
Brianna tem 25 anos, mas é tão tonta quanto uma menina de 12. Incrível como ela se comporta da maneira mais absurda, sem contar as coisas idiotas em que acredita. Fez tantas coisas estúpidas que acabou criando uma situação bem difícil para vários personagens. Nunca vi criatura mais burra.
Roger, apesar de inteligente, acaba sendo tonto em vários momentos também, embora mesmo assim ainda consiga ser melhor que Brianna. Mas ele se mostrou também muito forte em vários momentos do livro. E olha que esse rapaz sofreu, coitado!
Jamie, como sempre teimoso, conseguiu me tirar altas risadas com seu comportamento grosseirão de sempre. Houve várias brigas dele com outros personagens no livro, e lá estava Claire, o tempo todo tendo que apaziguar as coisas. Esse casal estará para sempre no meu coração. <3
O que mexeu comigo mesmo foi o destino do jovem Ian neste livro. A decisão que ele tomou para ajudar sua família me surpreendeu tanto! Só espero que mesmo assim ele continue aparecendo nos outros livros, pois ele é essencial para essa história.
Outro personagem que me surpreendeu foi John Gray. Eu não ia muito com a cara do sujeito nos outros livros, mas neste ele acabou me conquistando. Mostrou um lado dele que eu nem sabia que existia. Ponto para o Lorde Gray!
Bem, apesar do meu desapontamento com este livro, continuo adorando a série e recomendando a leitura. É perfeitamente normal que, numa série, alguns livros agradem mais que os outros. E mesmo eu me desapontando com o livro, tenho que dizer que muitos momentos me surpreenderam, principalmente com alguns personagens, como citei anteriormente.
Enfim, Outlander continua sendo a série do meu coração e eu espero ansiosíssima pelo próximo livro. Recomendo!


Um oceano nos separa - Robin Pilcher

Título original: An ocean apart
Autor: Robin Pilcher
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 469


David Corstorphine considerava-se um homem muito afortunado até algum tempo atrás. Rachel, sua esposa, era tudo o que ele esperava encontrar numa mulher. Ela era adorável, inteligente e espirituosa. O casamento deles era maravilhoso, tinham três filhos lindos e não poderiam desejar ser mais feliz, até que Rachel teve câncer.

Depois da morte da esposa, David teve sua vida destruída e nem mesmo seus filhos eram capazes de ajudá-lo a superar. Ele ficou completamente desolado. 

Assim, em busca de conforto, ele mudou-se com os filhos para a casa de seus pais em Inchelvie, no interior da Escócia. Lá os filhos teriam a atenção dos avós e ele poderia se isolar do mundo tanto quanto quisesse. 

Embora morando lá, David se afastou de tudo: da empresa da família, dos amigos e até de seus pais. Tudo o que fazia era passar seus dias ajoelhado na terra, dedicando-se à reconstrução do jardim. No atual momento de sua vida, é apenas no jardim que ele se sente à vontade. 

Embora sua relutância em voltar para a empresa seja grande, uma situação difícil faz com que ele tenha que retornar, pois precisaria fazer uma viagem para Nova York e não havia substituto para o que ele precisava fazer lá. 

No entanto, ao chegar à reunião, David se dá conta de que ainda não está preparado para aquilo e simplesmente sai da sala, deixando todos ali sem entender nada. E, ao invés de voltar para casa no primeiro avião, ele decide ficar e candidatar-se a uma vaga de jardineiro numa casa em Long Island. 

Sem contar nada de sua vida ou sobre seu passado a ninguém, David começa a enxergar um novo sentido para sua vida nesse novo emprego. Aos poucos ele se torna amigo de Jasmine - a governanta da casa - e de um menino solitário chamado Benji, cujos pais, apesar de muito ricos e teoricamente felizes, nunca estão em casa e nunca têm tempo para ele. 

Aos poucos David ganha a confiança do menino e começa a entender tudo o que acontece ali na casa.

Não demora muito para a mãe de Benji também notar o jardineiro e tornar-se cada vez mais interessada e cativada por ele. 

E David, ao cuidar de outra família, torna-se capaz de voltar a se dedicar aos seus próprios filhos e abrir-se novamente para o amor.


Devo dizer que a maior parte dessa resenha foi retirada do próprio livro, porque eu realmente não me senti empolgada em falar sobre a história. É tudo surreal demais. 
Não cabe na minha cabeça que um cara de uma família muito rica e importante da Escócia viaje a trabalho e, porque está deprimido, simplesmente resolva ficar num país desconhecido trabalhando como jardineiro. Assim, do nada. 

Apesar de David estar deprimido, em outro país tudo é lindo pra ele, tudo funciona e tudo dá certo sem nenhum obstáculo. O romance e o final são previsíveis, é claro.

Enfim, apesar de bonitinho como todo romance normal, o livro não tem nada que surpreenda. Não a mim, pelo menos. 




Como eu era antes de você - Jojo Moyes

Título original: Me before you
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas: 318


"Sei que essa não é uma história de amor como outra qualquer. Sei que há motivos para eu nem dizer isso. Mas eu amo você. De verdade."



Eu ainda não sei muito bem como começar esta resenha. Fazia tempo que eu queria ler o livro, mas sempre acabava lendo outro primeiro. Agora, com a estreia do filme, acabei fazendo dele uma prioridade e li. E agora eu não sei o que dizer.

Como eu era antes de você é uma história de amor e de família, mas, sobretudo, é uma história de coragem.

Louisa Clark é uma moça de 26 anos que nunca saiu de sua cidade e trabalha num café para ajudar no orçamento da casa, que não é dos melhores.

No entanto, o café onde ela trabalha acaba de ser fechado e agora ela precisa urgentemente de um novo trabalho, pois as coisas em casa estão difíceis.

É aí que ela acaba sendo contratada para trabalhar como cuidadora – sem experiência nenhuma, devo dizer – de um homem tetraplégico, o que não lhe animava muito.

Depois de um acidente, dois anos atrás, Will Traynor, de 35 anos, perdeu quase todos os movimentos do corpo e, para ele, também perdeu sua vida. Ele era um rapaz ativo, viajava muito, praticava esportes radicais e amava o trabalho que tinha. Mas toda essa alegria foi embora depois que ele se viu sentado em uma cadeira de rodas, dependendo de pessoas para absolutamente tudo em sua vida.

Isso lhe causou uma grande depressão e a vontade de morrer se abateu sobre ele. Então ele era grosseiro com todo mundo, não queria conversar, vivia mal-humorado.
E era justamente dele que Lou iria cuidar.

Will já tem um enfermeiro, Nathan, que atende a todas as suas necessidades médicas. A intenção de sua família é que Louise venha para tentar animá-lo de alguma forma. Fazê-lo ver a vida de uma forma diferente.

Will é realmente intratável e Lou sai da casa horrorizada já em seu primeiro dia, já querendo desistir do trabalho, mas sua irmã a lembra de que sua família realmente precisa daquele dinheiro e que ela não pode fazer isso.

Como o tempo, ela aprende a lidar com o mal humor dele, da mesma maneira em que ele aprende a conviver com a energia dela. E, gradativamente, começam a conversar e se dar bem.

Enquanto Will já viajou o mundo e fez muitas coisas interessantes, Lou nunca saiu de sua vidinha de sempre, nunca quis mais para si. Nunca achou que pudesse ou precisasse de mais. Até agora.

Assim,   ao mesmo tempo em que Lou se dedica a elaborar passeios e pequenas aventuras para mostrar a Will que ele não precisa desistir da vida, que há muita coisa que ele pode fazer e viver, mesmo com todas as suas limitações, Will lhe compra livros, lhe dá conselhos e tenta fazê-la enxergar que há um mundo inteiro a ser descoberto e que ela não pode se conformar com sua vidinha mais-ou-menos.

O problema é que, além da tetraplegia de Will e de seu jeito de desistir da vida, há uma outra coisa, um fato avassalador contra o qual Lou não sabe se terá forças para lutar.

Will teve uma conversa com seus pais e deu-lhes seis meses para eles se acostumarem com o fato de que ele vai pôr fim à sua vida. A data já está marcada e, dali a seis meses, ele irá a uma clínica na Suíça para realizar o suicídio assistido. O trabalho de Lou é fazer com que ele mude de ideia.

"Poucas coisas me fazem feliz, e você é uma delas"



Quando eu comecei a ler o livro, eu tinha ideia do que se passava, de que era a história entre um rapaz tetraplégico e sua cuidadora, mas eu achava que, com tantos problemas, limitações e depressões, seria um livro triste, pesado.

Não que não seja triste, porque é, muito, mas também é lindo. E, nunca achei que fosse dizer isso, mas é divertido também! Sim, divertido.

Louis é muito espirituosa, é uma moça singular, e Will, quando está bem, mostra-se um rapaz encantador, divertido e inteligente.

Seus diálogos são carregados de sarcasmo e eles vivem numa montanha-russa de emoções. Um dia estão fazendo piada um do outro, no outro estão rindo e se divertindo, e no outro estão brigando.
O que eu achei incrível, foi a leveza com que Jojo Moyes conseguiu escrever sobre uma história tão triste.

Eu chorei. Chorei sim. Mas eu também dei muitas, muitas gargalhadas. E tornei a chorar. E rir de novo. E suspirei.

Como eu era antes de você é um livro intenso. Como eu disse no começo, é uma história de amor e de família, mas é também uma história de coragem. E de descobrimentos.

Lindo, lindo. Mais que recomendado. Espero que o filme consiga ser tão tocante quanto o livro.



Abaixo, o trailer do filme. 

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